26 de dezembro de 2024
Izaias Santana

O voto do Vale é muito valioso. Não desperdice

Por Izaias Santana, doutor em direito constitucional, professor da Univap e Prefeito em Jacareí |
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Izaias Santana

No artigo anterior, publicado em 19 de fevereiro, apontamos as razões pelas quais nossas cidades do Vale precisam de representação política na esfera federal, elegendo Deputados Federais e, também, na esfera estadual, elegendo Deputados Estaduais. E destacamos a necessidade das lideranças políticas, da sociedade civil e dos meios de comunicação estimularem a adoção do critério distrital regional na escolha dos candidatos a Deputado Federal e Estadual, sob pena de nossa região perder cada vez mais representatividade política e recursos da União e do Estado.

O fator abordado na análise anterior foi a “invasão” de candidatos de outras regiões, levando preciosos votos, sem retornarem com atuação política em benefício de nossa região. No entanto, outro fenômeno deve ser apontado como responsável pela redução de nossa representatividade política: o costume dos partidos políticos de utilizarem as eleições estaduais para lançarem candidatos com o intuito de ajudar o partido ou de testar nomes para as eleições municipais. Ainda que estes candidatos não tenham a mínima condição de serem eleitos.

Na eleição passada, em 2018, tivemos 68 candidatos a Deputado Federal com domicílio no Vale que, aqui, tiveram juntos 711.296 votos – número suficiente para eleger sete Deputados. Destes 68, apenas seis candidatos tiveram mais do que 30 mil votos, ou seja, 62 candidatos utilizaram as eleições para “testarem seus nomes” ou para ajudarem seus partidos.

Para Deputado Estadual, 97 candidatos com domicílio no Vale tiveram 777.880 votos – número suficiente para eleger dez candidatos. Apenas nove tiveram mais do que 25 mil votos. Ou seja, 88 deles eram, na verdade, pessoas querendo testar a popularidade ou ajudando seus partidos.

Para evitar esse “desperdício” de votos, é indispensável que, além de ser da nossa região, o candidato tenha efetivo apoio político no município ou na região. É preciso escolher candidatos viáveis, competitivos, aqueles com potencial de voto superior a 70 mil para Deputado Federal e superior a 50 mil para Deputado Estadual.

Fique atento(a) se o seu candidato não tem efetivo apoio em sua cidade ou região, se ele não é de fato uma liderança, se está querendo testar sua popularidade (se preparando para uma eleição municipal futura) ou se está apenas a serviço de seu partido político, pois a soma de votos define a quantidade de eleitos pelo partido.

Portanto, para valorizar seu apoio e voto, pensando no seu município e na sua região, é preciso fazer a ‘lição de casa’ – algo que os partidos não fazem, pois buscam seus próprios interesses –, verificando se o candidato ou a candidata têm efetivo apoio político e se têm viabilidade eleitoral. Não basta ser do Vale, é preciso ser viável.

Izaias Santana, doutor em direito constitucional, professor da Univap, Prefeito em Jacareí e presidente da Codivap.