16 de dezembro de 2025
Viver

Livro infantil conta história de Mazzaropi com ilustrações e versos poéticos

Por Thais Perez@_thaisperez |
| Tempo de leitura: 2 min
Ilustração. Artista Luciano Tasso se inspirou em paleta de cores de terra para criar figura de Mazzaropi para o livro infantil

"Vou lhes contar uma história que não é prosa passageira, nem conversa de pescador. Um pouco de causo, jeitão de anedota, um dedo de prosa de muito valor. Uma história aprumada, bem florida e animada, conversa de bom caipira". Assim começa o livro "Mazzaropi - Um Jeca Bem Brasileiro", primeira biografia de Amácio Mazzaropi contada especialmente para crianças.

Escrito por Dílvia Ludvichak, a obra utiliza versos para contar a trajetória do caipira que saiu do interior para mostrar sua arte.

Florida e animada, como conta o verso de abertura, a narrativa remonta a história de Mazzaropi desde que ele chegou a Taubaté até o auge de sua carreira.

O começo da obra conta que quando o pequeno Amácio Mazzaropi colocou os pés em Taubaté, sua vida se tornou mais colorida. Ao assistir o circo, passou a se envolver com aquela gente de baixo da lona. O então menino Mazzaropi havia descoberto que seu dom era a arte e, mais importante, fazer o povo rir.

"Aquele foi um divisor de águas na vida de Mazzaropi, foi quando ele soube que queria seguir mundo a fora", conta a escritora.

Apesar de ser figura clássica do popular brasileiro, principalmente do valeparaibano, o cineasta e ator é pouco conhecido pelas crianças.

Figura tão natural, cativante e escrachada como Mazzaropi, não poderia ser mais empática aos pequenos.

"O público infantil tem muito contato com cinema de importação, mas temos pouca produção brasileira para criança, então nos arriscamos em falar da história do cinema a partir do olhar de Mazzaropi", disse a escritora.

O livro faz parte de uma série de títulos voltados para o público infantil da Editora Paulus sobre grandes figuras brasileiras. A coleção também lançou um título sobre Luiz Gonzaga.

Outro destaque na trama do livro é o momento em que Mazzaropi passa a interpretar o personagem Jeca Tatu.

"A representação no livro desperta o olhar das crianças para saber o que existe em outros lugares, e no caso do Vale do Paraíba, encontrar esse vínculo da cultura rural que muitas vezes é perdido na atual geração", completa Dílvia Ludvichak.

As ilustrações do livro foram feitas pelo artista Luciano Tasso. "Ele fez uma pesquisa das cores da terra, utilizou texturas e o resultado foi genial. A leitura fica muito mais atrativa", completa.

A obra também aborda o preconceito com o caipira, as saudades e o jeito simples de ser.

"Sua alma era de Jeca, e ser jeca seu ganha-pão. Com seu talento, passou a mensagem", disse a autora.

CAIPIRÊS

Nas últimas páginas do livro, o leitor recebe um glossário sobre a produção de Mazzaropi e um pequeno dicionário "caipirês". "A linguagem do livro é inspirada expressões típicas, como ter 'um dedo de prosa'. Acabei fazendo um grande resgate de expressão popular e essas particularidades precisam ser explicadas para o público em geral", explica a escritora..