A Polícia Civil concluiu o inquérito que apurava a morte de Heddy Lamar de Araújo, de 44 anos, encontrada morta em um monte de orações em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), em setembro de 2024.
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O suspeito do crime, um homem de 37 anos, foi preso na última quinta-feira (18). Ele teria cometido o crime por vingança, já que acreditava que ela teria causado o término de seu casamento. O filho da vítima, de 13 anos, foi encontrado morto por inanição oito dias após a mãe ser morta. O adolescente era autista não verbal e morreu por fome e sede.
Os detalhes da investigação, que durou mais de um ano, foram apresentados em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (22).
Segundo o delegado Marcos Vinícius Martins, o corpo de Heddy foi encontrado no dia 25 de setembro do ano passado com diversos ferimentos e sem documentos que pudessem identifica-la. A partir daí, a equipe de perícia do Instituto Médico Legal iniciou exames para conseguir determinar a identidade da mulher, que foi identificada oito dias depois.
“No dia em que a identificamos, recebemos informações da delegacia de desaparecidos sobre o sumiço do filho dessa vítima, que havia sido denunciado pelo pai. Com isso, fomos imediatamente até o endereço onde ela residia, invadimos o apartamento e encontramos o corpo do menino dentro de um quarto trancado”, disse o delegado ao jornal O Tempo.
De acordo com a polícia, Bernardo Lucas de Araújo Ribeiro era autista não verbal e morreu por fome e sede. “Ele não tinha condições alguma de pedir por socorro. Os exames mostraram que ele tinha morrido há cerca de 36 horas quando o encontramos”, afirmou.
Segundo o delegado, o pai da criança teria tentado contato por diversas vezes com a companheira durante os dias do desaparecimento. “O pai era muito presente na vida do filho e tomou conhecimento pela escola que o filho não comparecia há 3 dias. Foi até o apartamento e tentou contato, pediu ajuda de vizinhos, mas não tiveram resposta. Ele apenas notou que havia uma luz acesa”, explicou.
Segundo o delegado Marcos Vinícius, o suspeito teria se envolvido em um relacionamento extra conjugal com Heddy após conhecê-la em uma corrida por aplicativo. “Ela então teria se apaixonado perdidamente por ele, mas não concordava com o fato dele ser casado. Com as negativas dele de formar uma família com ela, Heddy passou a procurar centros religiosos para tentar encontrar pessoas que pudessem fazer trabalhos espirituais para fortalecer o relacionamento deles”, contou.
Conforme a polícia, durante o relacionamento entre Heddy e o suspeito, o casamento dele teria chegado ao fim. O homem então passou a dizer que a culpa do fim de seu relacionamento conjugal era da amante, devido aos “trabalhos que ela fez”.
“Ele então planejou todo o crime e o executou no dia 25 de setembro. Temos imagens dela saindo de casa por volta de 2 horas da madrugada em um carro por aplicativo. Ela vai até a porta do hospital Risoleta Neves, onde desembarca e, em seguida, embarca em uma moto, que era conduzida pelo suspeito”, explicou o delegado.
Segundo as investigações, o homem levou Heddy até o monte religioso e cometeu o crime. Ela teria sido asfixiada e atingida por golpes de faca ou tesoura.
O suspeito foi identificado através de provas testemunhais, objetivas e periciais. A Polícia Civil representou pela prisão preventiva dele, que foi deferida pela Justiça. Ele foi localizado em Santa Luzia, preso e conduzido à delegacia.
Com a conclusão do inquérito, o suspeito foi indiciado, em relação a morte de Heddy, por homicídio quadruplamente qualificado – motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e feminicídio – e, em relação a Bernardo, por homicídio contra pessoa menor de 14 anos, com qualificadora de pessoa em vulnerabilidade, já que ele era autista.
O inquérito foi remetido ao Poder Judiciário.
* Com informações do site Super Notícia