14 de dezembro de 2025
ESTELIONATO

Boleto falso e falso advogado: golpistas fazem vítimas na região

Por Jesse Nascimento | Vale do Paraíba
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução

Três golpes de estelionato no Vale do Paraíba e Litoral Norte foram registrados em menos de 24 horas nas cidades de Caraguatatuba, Campos do Jordão e Lorena, todos envolvendo pagamentos via Pix ou boletos falsos, com vítimas que acharam que estavam quitando dívidas ou recebendo valores de ações contra o INSS.

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Os três boletins de ocorrência, registrados entre segunda (8) e terça-feira (9), mostram um mesmo padrão: criminosos usam boletos falsos, comunicação por WhatsApp e dados de processos reais para convencer as vítimas a fazer transferências.

Em Caraguatatuba, uma aposentada pagou boleto falso de financiamento de veículo. Em Campos do Jordão, um professor acreditou falar com a própria advogada sobre um processo do INSS e em Lorena, um aposentado pagou um boleto adulterado de cartão de crédito e só descobriu a fraude depois de ver um nome desconhecido no comprovante.

Apesar do prejuízo financeiro, os três casos têm algo em comum: os autores ainda não foram identificados e todos os boletins foram registrados como estelionato, de autoria desconhecida.

Vítimas.

Em Caraguatatuba, a vítima é uma mulher de 62 anos. Ela procurou a delegacia após perceber que havia pago um boleto falso de R$ 1.952,68, acreditando que estava quitando uma parcela em atraso do financiamento do veículo.

De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima contou que pesquisou na internet o site da financeira responsável pelo financiamento e, a partir dessa busca, entrou em contato com o número (11) 96257-XXXX, crendo se tratar da central de atendimento da empresa de veículos.

O suposto atendente enviou um boleto por mensagem, que foi pago pela vítima. Só depois do pagamento ela percebeu que tinha caído em um golpe. O caso foi registrado na Delegacia de Caraguatatuba

Em Campos do Jordão, um professor de 42 anos recebeu uma mensagem pelo WhatsApp, do número (12) 98837-XXXX, de alguém que se apresentou como sua advogada, “Dra. Elisângela”, informando que o processo do INSS tinha sido ganho e que ele teria R$ 22 mil para receber.

O golpista mandou cópias de um processo e de supostas guias de pagamento, dizendo que eram taxas de imposto de renda e custas para expedição de certidões seladas.

As “taxas” somavam R$ 1.490,00, valor que o professor pagou via Pix para a chave ligada ao e-mail: diego_________@gmail.com.

Assim que o Pix foi concluído, o contato desapareceu e o professor não conseguiu mais retorno pelo aplicativo, percebendo que fazia parte da sequência de golpes de estelionato na região registrados pela Polícia Civil.

O caso entrou no sistema da Delegacia de Campos do Jordão como estelionato de autoria desconhecida, aguardando representação e aprofundamento das investigações.

Já em Lorena, um aposentado de 62 anos relatou que, como faz todo mês, acessou o e-mail para imprimir o boleto do cartão de crédito. Depois de gerar o documento, ele realizou o pagamento pelo aplicativo de um banco, no valor de R$ 2.776,18.

Ao conferir o comprovante, notou que o nome do beneficiário era desconhecido, o que levantou a suspeita de fraude. Ele foi até a agência bancária, onde o banco confirmou que o boleto era falso e realizou a contestação e o bloqueio do pagamento.

O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Lorena, com anexação de cópia do boleto e do comprovante de pagamento. O boletim orienta a vítima sobre o prazo de seis meses para oferecer representação criminal a partir da identificação do autor, reforçando que a apuração pela Polícia Civil busca a responsabilização criminal.

Em Taubaté, uma advogada é investigada por estelionato contra idoso após pedir “adiantamento” de honorários, com pagamentos sucessivos via Pix para liberar supostos valores do INSS, o que reforça o padrão de golpes envolvendo aposentados e demandas previdenciárias na região.