05 de dezembro de 2025
SAÚDE MENTAL

Mais de 500 mil sofrem de esquizofrenia no Brasil, diz estudo

Por Da redação | Brasil
| Tempo de leitura: 2 min
Unifesp
Reprodução
Condição social impacta diagnóstico e tratamento da esquizofrenia

Um estudo abrangente revelou que cerca de 547 mil brasileiros adultos vivem com esquizofrenia, o que representa 0,34% da população adulta do país e comprovou que fatores de vulnerabilidade social estão diretamente ligados ao comprometimento do diagnóstico e tratamento.Os pesquisadores alertam, ainda, que o número real de pessoas com esquizofrenia pode ser maior, pois o estudo não incluiu grupos de maior risco, como a população em situação de rua ou institucionalizada.

A pesquisa, intitulada “A prevalência da Esquizofrenia no Brasil: Vulnerabilidade Social como Consideração Fundamental para o Cuidado e Políticas Públicas”, publicada na Revista Brasileira de Psiquiatria, analisou os dados mais recentes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019) e revelou associação entre o transtorno e a vulnerabilidade social e econômica no país.

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Os pesquisadores cruzaram dados de mais de 91 mil adultos, utilizando a maior amostra nacional já empregada para estimar a prevalência da esquizofrenia.  A condição se revelou prevalente entre homens, pessoas na faixa etária de 40 a 59 anos, desempregados, com baixa renda e residentes em áreas urbanas.

O entendimento do estudo é de que a esquizofrenia não é apenas uma questão de saúde mental, mas sim uma questão social. A vulnerabilidade compromete o diagnóstico, o tratamento e a inserção social dessas pessoas, que já enfrentam um ciclo de estigma e pobreza. O cenário de exclusão é reforçado por dados sobre a inserção no mercado de trabalho e o nível de escolaridade. Apenas 17,8% dos brasileiros diagnosticados com esquizofrenia possuem emprego remunerado. Mais da metade dessa população apresenta baixa escolaridade.

Diante do cenário, os autores da pesquisa defendem o fortalecimento de políticas públicas que tratem a vulnerabilidade social como parte central do cuidado em saúde mental com ações que integrem saúde, assistência social, educação e trabalho, visando garantir acompanhamento contínuo, inclusão social e a redução das desigualdades que impactam a vida de quem vive com esquizofrenia no Brasil.