05 de dezembro de 2025
CASO EM SÃO JOSÉ

Condenada por morte de americano, Regina Rachid é solta da prisão

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Regina Rachid havia sido presa em 2023 após estar foragida

Presa no começo de agosto de 2023 após estar foragida, a esteticista Regina Filomena Crasovich Rachid, de São José dos Campos, obteve na Justiça a progressão para o regime aberto para cumprimento da pena.

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Regina foi condenada a 33 anos de prisão, em regime fechado, no final de 2021, pela morte do carpinteiro e músico norte-americano Raymond James Merrill, assassinado em São José dos Campos em 2006, aos 56 anos de idade. Na época, ele havia conhecido Regina pela internet.

Após apelação da defesa de Regina, que foi condenada pelos crimes de homicídio qualificado consumado e ocultação de cadáver, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) reduziu a pena da esteticista para 20 anos.

De acordo com o TJ-SP, Regina progrediu para o regime aberto em março deste ano. Ela terá que cumprir série de exigências da Justiça para ficar fora da prisão.

O benefício ocorre após ela ter tido negado, em abril do ano passado, a progressão para o regime semiaberto. Na ocasião, ela cumpria pena na Penitenciária Feminina 2 de Tremembé.

No entanto, em 13 de fevereiro de 2025, a Justiça concedeu a progressão ao regime semiaberto e indeferiu o pedido para o regime aberto. O Ministério Público manifestou-se contrário à decisão.

No despacho, o juiz José Loureiro Sobrinho disse que Regina mantinha “boa conduta carcerária, possui situação processual definida, cumpriu mais de 1/6 do total de sua reprimenda, não registra faltas disciplinares durante o cumprimento da reprimenda, registra trabalho durante o cumprimento da pena, e teve o parecer favorável do exame criminológico ao qual foi submetido”.

Ele ressaltou que se trata de “promoção a regime menos rigoroso, mas ainda bastante vigiado e cumprido em estabelecimento penal, embora ensejando ao sentenciado a oportunidade de reintegrar-se socialmente, visto que se apresenta mais amadurecido, tendendo a melhoria de sua vida longe da criminalidade”.

Regime aberto.

Em 12 de março de 2025, o mesmo magistrado determinou a soltura de Regina para cumprir a pena em regime aberto, em cumprimento a acórdão de um habeas corpus.

Regina foi informada das condicionantes do regime aberto. Ela terá que comparecer trimestralmente à Vara de Execuções Criminais de São José para informar sobre suas atividades, obter ocupação lícita, sair para o trabalho às 6h e estar de volta até 22h, bem como em finais de semana e feriados, salvo autorização expressa da Justiça.

Ela não pode mudar de comarca sem prévia autorização da Justiça e nem mudar de residência sem comunicar o juízo. Regina não pode frequentar bares, casas de jogo e outros locais incompatíveis com o benefício do regime aberto.

No dia 4 de julho de 2025, segundo a movimentação do processo judicial, Regina foi “devidamente advertida das condições a serem por ele cumpridas”.

O crime.

O americano Raymond James Merrill veio a São José para um encontro com Regina, a quem conhecera na internet. Segundo a investigação, ele teria sido dopado, teve a conta bancária esvaziada e foi morto por enforcamento com um fio de cobre, no começo de abril de 2006.

Os criminosos teriam sacado US$ 100 mil da conta bancária dele. O corpo do americano foi queimado e jogado em uma estrada rural em Caçapava.

Após três dias de julgamento, Regina foi condenada à pena máxima. Também foram julgados o suposto amante de Regina e que teria sido um dos mentores do assassinato (Nelson Siqueira Neves) e um assaltante contratado pelos dois para ajudar no crime (Evandro Celso Augusto Ribeiro).

Nelson foi absolvido das mesmas acusações que pesavam contra Regina e Evandro foi condenado a três anos de prisão, em regime semiaberto, pelo crime de ocultação de cadáver. Os três já estiveram presos antes do julgamento e haviam sido soltos beneficiados por habeas corpus.

Quase três meses após a condenação, em fevereiro de 2022, a Justiça autorizou que Regina recorresse em liberdade. Ela estava fora da prisão desde 2012, após ser beneficiada por um habeas corpus do STJ (Superior Tribunal de Justiça).