Vídeo de câmera de segurança obtido por OVALE mostra o momento em que Francisco Rodolfo Gomes Oricil, 59 anos, foi assassinado de forma cruel na região leste de São José dos Campos. Vizinho da vítima, o autor dos tiros está preso e tornou-se réu na Justiça por homicídio qualificado.
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Ele levou nove tiros disparados por um vizinho, por motivo fútil e sem chance de defesa. O aposentado foi morto no dia 8 de junho deste ano, um domingo, em plena rua no bairro Jardim Ismênia.
Francisco era aposentado da montadora General Motors, morava há anos no mesmo endereço e tinha esposa e três filhos. O crime revoltou os familiares.
Segundo a polícia, o crime foi cometido por William Vilar Garcia, 47 anos. O homicídio aconteceu às 12h36 na rua Caparaó. Testemunhas relataram que o autor e a vítima eram vizinhos e tinham desavenças antigas relacionadas a uma rachadura no muro das casas.
No vídeo (foto abaixo), é possível ouvir o som dos nove disparos que mataram Francisco. As imagens mostram parcialmente a cena.
Segundo relatos, o vizinho chamou Francisco para conversar sobre um problema na sua casa. Os dois conversaram sem discussão ou briga, de acordo com testemunhas. Francisco sai da casa do vizinho e diz: “isso não é problema meu não, mas eu vou ver certinho e te aviso”. O vizinho concorda e diz "Então tá certo, Rodolfo".
Logo depois, ao se virar para voltar para casa, Francisco é atingido pelas costas, com dois disparos. Ele ainda corre cerca de 30 metros até cair na frente de uma casa. Tenta se levantar duas vezes.
O vizinho é visto andando com a arma na mão na rua. Ele vai até onde está Francisco e dispara mais sete vezes. O aposentado foi atingido com três tiros na barriga, dois no pescoço, um no peito e outro no olho. Após os tiros, William volta tranquilamente pela calçada, pega a bicicleta e vai embora, sendo flagrado pela câmera de segurança de uma residência.
“A dor que trago no coração não tem explicação. De maneira traiçoeira, impiedosa, covarde e desumana, essa pessoa nem ao menos teve compaixão por meu irmão Rodolfo. Nem deu o direito do meu irmão se defender”, disse a irmã da vítima.
Vídeo mostra parcialmente o momento em que o autor atira em Francisco pelas costas (no alto da foto)
Após o crime, William fugiu do local e começou a ser monitorado pelas câmeras do CSI (Centro de Segurança e Inteligência) de São José. Ele abordou o motorista de uma Saveiro vermelha e entrou no veículo mediante ameaça, obrigando o condutor a dirigir até um ponto de ônibus no Jardim Satélite.
Na sequência, as câmeras identificaram o veículo circulando pela avenida Andrômeda, já na região sul. O carro foi abordado por equipe da GCM (Guarda Civil Municipal), que encontrou ao volante o motorista ameaçado pelo suspeito.
Ele relatou que William teria se sentado no banco do passageiro e ordenado que ele o deixasse em frente à loja de material de construção, onde desceu e entrou em um ônibus que estava parado em um ponto.
As informações do motorista, combinadas com as imagens do sistema de monitoramento, permitiram que a GCM identificasse o ônibus. O coletivo foi localizado ainda em circulação. O suspeito foi abordado dentro do veículo e detido sem resistência.
Durante a revista pessoal, os guardas encontraram com o suspeito uma pistola calibre .380 da marca Taurus, quatro cartelas com 10 munições cada (totalizando 40 projéteis adicionais), roupas, pochete, óculos, relógio e chaves, que foram apreendidos. Além disso, 41 munições intactas foram lacradas e encaminhadas à perícia.
William teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e continua detido. O inquérito foi encerrado e o Ministério Público o denunciou por homicídio qualificado. O juiz aceitou a denúncia e tornou William réu. Ele será julgado pelo plenário do Tribunal do Júri. Nesta mesma decisão, o juiz manteve a prisão preventiva.
Segundo o advogado Luiz Fernando Bernardes, que representa a família de Francisco e aguarda autorização judicial para atuar como assistente da acusação no processo, ainda não há uma data marcada para o julgamento, que será definida após o trânsito em julgado da sentença de pronúncia, quando se esgotarem todos os recursos.
“A família da vítima espera que seja feita justiça. Como advogado deles tenho plena confiança de que o réu será condenado por esse crime bárbaro”, disse Bernardes.
A defesa de William não foi localizada pela reportagem. O espaço segue aberto para a posição do defensor do acusado.