O carro que voa.
O que parecia enredo de ficção está prestes a se tornar realidade. O “carro voador” desenvolvido pela Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer, vai decolar em breve – previsão é de que voo inaugural aconteça em dezembro deste ano.
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O chamado “carro voador” – eVTOL na sigla em inglês (aeronave de decolagem e pouso vertical elétrico) – vai ser produzido em Taubaté e já conta com 2,8 mil encomendas, entre pedidos firmes e cartas de intenção de compra, com valor de aproximadamente US$ 14 bilhões – o equivalente a cerca de R$ 76 bilhões.
As atuais encomendas garantem uma produção por quase seis anos na região. A aeronave será produzida em série em Taubaté, em uma planta com capacidade para fabricar até 480 unidades por ano.
O modelo comporta cinco ocupantes (um piloto e quatro passageiros) e possui autonomia de até 100 quilômetros, buscando atender demandas da indústria de Mobilidade Aérea Urbana e contemplando missões intraurbanas e regionais de curta distância.
Com a aeronave elétrica, a Eve projeta uma redução significativa nos tempos de deslocamento em rotas urbanas estratégicas, como a ligação entre a zona sul de São Paulo e o Aeroporto Internacional de Guarulhos, passando de até 150 minutos por via terrestre para cerca de 15 minutos com o “carro voador”.
Os “carro voadores” funcionam com propulsão elétrica e são projetados para operações urbanas, reduzindo o tempo de deslocamento em cidades congestionadas. As aeronaves prometem ser seguras, sustentáveis e silenciosas.
Executivos da Eve acreditam que a aeronave tem capacidade para mudar o transporte.
“O eVTOL tem potencial para transformar não só o transporte de passageiros, mas também setores como turismo, segurança pública e saúde”, afirmou Luiz Mauad, vice-presidente de Serviços ao Cliente da Eve.
Ecossistema.
Johann Bordais, CEO da Eve, disse que a empresa está avançando no desenvolvimento da aeronave e na construção de um ecossistema completo que inclui infraestrutura, regulamentação e formação de profissionais na indústria de mobilidade aérea urbana.
Em junho deste ano, a Eve publicou o primeiro estudo de perspectivas de mercado global para os “carros voadores”. A frota global em operação poderá atingir 30 mil unidades até 2045, número necessário para atender à estimativa de três bilhões de passageiros, gerando receita de US$ 280 bilhões (R$ 1,5 trilhão).
O “carro voador” que a empresa Eve Air Mobility vai produzir em Taubaté acumula R$ 1,5 bilhão entre operações de financiamento e de investimento feitas pelo BNDES. A mais recente captação foi anunciada em 14 de agosto, colocando o BNDES como acionista da iniciativa. A operação envolveu o investimento de R$ 405 milhões para fortalecer a estrutura de capital, apoiar as atividades de pesquisa e o plano de negócios da Eve. Esse valor se soma a R$ 1,2 bilhão de financiamentos anteriormente aprovados.
Segundo o presidente do banco estatal, Aloizio Mercadante, os créditos foram liberados com a condição de que a fábrica do eVTOL seja instalada no Brasil, em Taubaté.
A expectativa da Eve Air Mobility é iniciar a produção em série do ‘carro voador’, na fábrica de Taubaté, em cerca de dois anos.
Antonio João Carmesini Barcellos, vice-presidente de Industrialização da Eve, disse que a fábrica está atualmente em fase de projeto. A unidade será construída na área da fábrica da Embraer em Taubaté. Os protótipos do “carro voador” serão feitos em São José dos Campos e vão realizar os voos de teste em Gavião Peixoto, na unidade da Embraer. “Depois dessa fase, a gente começa a produção em Taubaté. O protótipo está no estágio de finalização”, afirmou Barcellos.
A estimativa da Eve é de que até 480 “carros voadores” sejam produzidas por ano na fábrica de Taubaté. A empresa planeja fazer a produção de forma escalonada, em quatro fases, para acompanhar o crescimento do mercado. Quando estiver na capacidade máxima, a empresa deve contar com cerca de 1.000 funcionários. A fábrica vai funcionar em uma unidade que já pertence à Embraer. A expectativa é que as aeronaves comecem a operar em 2027.
A produção seriada do “carro voador” em Taubaté será fundamental para atender os cerca de 3 mil pedidos que a aeronave recebeu em todo o mundo, que terão que ser convertidos em vendas. O volume pode garantir cerca de seis anos de produção na unidade do Vale do Paraíba.