06 de dezembro de 2025
TARIFAÇO NOS EUA

CEO da Embraer admite que pode enfrentar atrasos ou cancelamentos

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução
Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer, defende o fim da taxa de 10% nos EUA

O CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, afirmou que é importante que os Estados Unidos revejam as tarifas sobre produtos importados do Brasil e que a companhia poderá enfrentar atrasos ou até mesmo cancelamento de pedidos. A afirmação foi feita em entrevista para a Bloomberg.

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“O setor de aviação tem trabalhado com tarifa zero desde 1979. É um negócio muito global. Compramos e vendemos peças em todo o mundo. Portanto, a tarifa zero é muito importante”, afirmou o executivo.

O governo americano impôs taxa de 10% para aeronaves e depois anunciou uma sobretaxa de 40%, o que causaria queda da produção e demissões em massa na Embraer. A sobretaxa acabou cancelada, mas a taxa de 10% continua.

Gomes Neto disse que a empresa tenta convencer o governo a zerar a taxa. Segundo ele, não há nenhum cancelamento neste momento. “Mas a médio prazo, isso pode acontecer.”

Na entrevista, o executivo lembrou que a Embraer está nos EUA há mais de 46 anos. “Temos 2 mil aeronaves voando no país, então compramos muitos equipamentos. Nós apoiamos mais de 12 mil empregos nos EUA, sendo 2,5 mil empregos diretos e outros 10 mil em nossa cadeia de suprimentos”, afirmou.

Gomes Neto disse ainda ser importante não prosseguir com a tarifa de 10% para que a empresa consiga manter o plano de crescimento futuro. “É por isso que temos trabalhado para restaurar a tarifa zero para a aviação, como vimos acontecer com o Reino Unido, Japão e Europa.”

Quando questionado se a tarifa de 10% acarretaria em um custo adicional entre US$ 70 milhões e US$ 80 milhões por ano, o CEO da Embraer afirmou que esse cálculo não se aplicaria para a companhia, já que há uma grande quantidade de componentes americanos em suas aeronaves.