06 de dezembro de 2025
CONGRESSO NACIONAL

Voz da ciência no Congresso: Ricardo Galvão assume como deputado

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/Micah B. Rubin/Nature
Ricardo Galvão

Em postagem nas redes sociais, o cientista Ricardo Galvão confirmou que assume a vaga de Guilherme Boulos (PSOL) na Câmara dos Deputados. Ele deixa o comando do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para ocupar a vaga de Boulos, que foi nomeado para a Secretaria-Geral da Presidência.

Além de confirmar a vaga no Congresso, Galvão deu uma indireta no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que o confrontou quando ele chefiava o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em 2019.

“A voz da ciência no Congresso Nacional. Em 2019, o negacionismo tentou calar a ciência. Mas resistimos. Em 2022, o povo mobilizado derrotou o autoritarismo. Hoje, a ciência brasileira ocupa um lugar na Câmara dos Deputados. Comunico oficialmente que deixo a presidência do CNPq para defender a ciência no Congresso Nacional. Assumo o mandato de deputado federal, sucedendo o ministro Guilherme Boulos, e encerro com orgulho meu ciclo à frente do CNPq, onde reconstruímos a ciência brasileira”, escreveu Galvão na publicação.

A vaga de Galvão na Câmara dos Deputados foi garantida com a permanência da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL), no governo federal. Se ela saísse, a vaga no Congresso seria dela.

A permanência da ministra no governo era necessária para que Galvão tenha cerca de seis meses de mandato, sem correr o risco de perder o gabinete em meio a rumores de que ela poderia antecipar a saída para depois da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP-30, em novembro.

Galvão é o terceiro suplente da federação do PSOL com a Rede em São Paulo. Foram abertas duas vagas antes, com Sônia Guajajara e Marina Silva (Rede), ministra do Meio Ambiente.

Ex-diretor do Inpe, em São José dos Campos, Galvão ganhou projeção nacional em 2019, quando rebateu críticas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aos dados do órgão federal sobre o avanço do desmatamento na Amazônia. Ele reagiu em público, afirmando que o trabalho era técnico, auditável e produzido por servidores de carreira, episódio que levou à sua saída do cargo.