Uma família da região sudeste de São José dos Campos viveu momentos de terror nas mãos de três bandidos armados. O trio ficou cerca de 40 minutos na residência, amarrou e trancou a família no banheiro e fugiu levando dinheiro, aparelhos e cartões da família. Um deles apontou a arma para a cabeça do filho pequeno do casal.
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O crime aconteceu na sexta-feira (17) da semana passada, no bairro Jardim São Leopoldo, na região do Putim. A Polícia Civil investiga o caso e busca imagens de câmeras do CSI (Centro de Segurança e Inteligência) de São José para identificar e prender os criminosos.
“Um deles estava bem alterado, tirava a arma, voltava com a arma, e achei que pudesse acontecer uma tragédia. Ele cheirava bebida e estava bem alterado. Temi pela nossa vida. Tive medo de ele matar algum de nós. Apontar arma para criança é covardia”, disse a mãe.
Segundo ela, o marido, que é mecânico, estava mexendo no carro na garagem da casa quando bateram no portão. Era 23h40 de sexta. Ele atendeu pelo vão entre o muro e o portão, que é fechado.
Nesse momento, o filho do casal, de 8 anos, veio para perto do pai. Foi quando um dos bandidos apontou uma arma para o homem e outro subiu no portão e apontou a arma na direção da cabeça do menino. “Perdeu, abre o portão, senão é seu filho”, disse um dos criminosos.
Sem ter como reagir, o mecânico abriu o portão e entraram três homens. Eles usavam blusa de frio com capuz. Um deles tinha uma tatuagem na bochecha.
A mãe conta que levou um susto quando viu a movimentação dos bandidos entrando na casa com o marido e o filho sob a mira de armas. “Eles entraram na casa com um cara atrás do meu marido e outro do meu filho, e mais um terceiro. Eles falaram que era ‘fita dada’”.
Os bandidos pediram dinheiro e levaram o casal e o filho para o quarto, amarrando a família. Reviraram a casa inteira para encontrar objetos de valor. Eles estenderam cobertor no chão da sala e começaram a colocar eletrodomésticos, videogame, TV e outros aparelhos em cima, para depois roubá-los.
Também pegaram a chave do carro e o mecânico disse que era de um cliente e que faltava uma peça para ser consertado. Após revirar a casa inteira, os bandidos colocaram os objetos dentro do carro e tentaram ligá-lo, mas sem sucesso.
Nesse momento, um dos bandidos quis separar o pai dos demais, levando-o para um quarto, quando o menino começou a chorar em desespero. A tensão aumentou e a mãe achou que um dos bandidos pudesse atirar.
“Temos medo de eles voltarem e estamos inseguros. Meu filho está traumatizado e não quer mais ficar na casa. Ele não quer mais dormir sozinho”, disse ela.
Sem conseguir ligar o carro, os bandidos fugiram do local levando dinheiro, celulares, relógios e cartões de banco. Deixaram os outros aparelhos para trás.
A família foi deixada trancada no banheiro, todos amarrados. Eles só conseguiram se libertar depois que a mãe gritou por ajuda para a vizinha, que atendeu ao chamado momentos depois e foi até a residência com o marido.
“Consegui me soltar [das amarras] no banheiro. Meu marido e filho começaram a passar mal. Comecei a gritar na janela do banheiro e pedi para uma vizinha vir nos socorrer, com o marido dela”, contou.
Libertada, a família chamou a Polícia Militar, que fez buscas pela localidade, mas não localizou os criminosos. Um boletim de ocorrência foi registrado e o caso segue em investigação.
A mãe desconfia que os bandidos tinham informações sobre a casa e a família. Eles desligaram a internet do imóvel e a câmera de segurança não captou as imagens deles, apenas quando o marido os atende pelo vão do portão, mas sem mostrar os criminosos. Segundo a mãe, os bandidos têm entre 23 e 28 anos e dois deles são magros e altos, e um é mais baixo – o da tatuagem.
“Não deu para reconhecer ninguém. Não desconfiamos de ninguém. Eles estavam de bermuda e blusa de moletom. Meu marido é muito conhecido porque é mecânico. A polícia vai pegar câmera do CSI das proximidades para averiguar o caso.”
“Foram de 30 a 40 minutos de tensão e muito medo. Quero uma solução para não ser mais um caso. Alguém mandou fazer alguma coisa. Estou lutando mais pelo meu filho, porque mexeu com uma criança", disse a mãe.
“O que eu quero é justiça e que isso não fique impune. Que a justiça não deixe de lado esse caso, pois nós estamos traumatizados e ainda tem uma criança envolvida”, completou.