06 de dezembro de 2025
TRAMA GOLPISTA

'Golpe': Engenheiro de SJC é julgado pelo STF por ataque às urnas

Por Guilhermo Codazzi | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Editor-chefe de OVALE
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O engenheiro Carlos Moretzsohn, formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em São José dos Campos, começa a ser julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nesta terça-feira (14) por envolvimento na trama golpista, que buscava manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, impedindo a posse de Lula (PT).

Moretzsohn, formado pelo ITA em 1977 e presidente do Instituto Voto Legal, integra o núcleo 4 da denúncia, acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de organizar ações de desinformação sobre o processo eleitoral, com notícias falsas e ataques virtuais a instituições e autoridades, durante as eleições de 2022.

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A Primeira Turma do STF agendou quatro dias deste mês para o julgamento da ação penal contra o núcleo 4 da trama golpista, perpetrada durante o governo do ex-presidente Bolsonaro (PL). O colegiado marcou sessões para os dias 14, 15, 21 e 22 de outubro para julgar o caso. O engenheiro aparece nos autos como um dos articuladores técnicos e financeiros do grupo que pretendia manter Bolsonaro no poder.

Além do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, o colegiado é composto pelos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Luiz Fux.

Fazem parte deste núcleo os seguintes investigados: Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército); Ângelo Martins Denicoli (major da reserva do Exército); Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente do Exército); Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército); Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército); Marcelo Araújo Bormevet (policial federal); Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal).

Os acusados negam qualquer envolvimento na chamada trama golpista.

Núcleo 4.

Segundo a PGR, o núcleo reúne os responsáveis por espalhar notícias falsas e desinformação com o objetivo de criar desconfiança nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral, construindo clima social favorável ao golpe.

Nesse grupo está incluído o engenheiro Moretzsohn, presidente do Instituto Voto Legal - ele se diz um dos criadores das urnas eletrônicas.

O Instituto Voto Legal foi aberto em novembro de 2021 e contratado pelo PL no ano seguinte, para "auditar" as eleições presidenciais. As urnas eletrônicas, criadas em São José, foram atacadas, sem provas, por Bolsonaro no curso da campanha daquele ano.

O Voto Legal, sem nenhuma evidência, apontou, quatro dias antes do primeiro turno, que as urnas poderiam ser fraudadas por servidores do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Depois da vitória de Lula, no dia 22 de novembro de 2022, Rocha esteve ao lado do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, em uma coletiva, para apresentar, mais uma vez sem provas, as supostas irregularidades nas urnas eletrônicas.

Vale na trama.

O Vale do Paraíba tem papel central na trama golpista que condenou o ex-presidente Bolsonaro e sete aliados.

O general da reserva Mário Fernandes, que comandou a 12ª Brigada de Infantaria Leve Aeromóvel, em Caçapava, confirmou ao STF que foi o autor do plano Punhal Verde Amarelo, plano que, de acordo com a Polícia Federal, incluía o sequestro e o assassinato de Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e de Moraes.

O militar integra o núcleo 2, que ainda aguarda julgamento.