06 de dezembro de 2025
CRIME ORGANIZADO

Com elo no Vale, PCC movimenta R$ 4,5 bi em postos, jogo e motéis

Por Da redação | Campos do Jordão
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/MP

Um esquema bilionário de lavagem de dinheiro ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e que movimentou R$ 4,5 bilhões entre 2020 e 2024 tem elo com a RMVale. Campos do Jordão foi um dos alvos da Operação Spare, deflagrada nesta quinta-feira (25) pelo Ministério Público de São Paulo, Receita Federal e outros órgãos de fiscalização, que cumpriram 25 mandados de busca e apreensão em sete cidades.

Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp

De acordo com as investigações, a facção usava postos de combustíveis, franquias, motéis e até empreendimentos imobiliários para ocultar patrimônio e inserir recursos de origem ilícita no mercado formal. Em Campos do Jordão, agentes realizaram buscas em endereços ligados ao grupo, cujo nome não foi divulgado.

A Receita Federal identificou 267 postos ainda ativos, responsáveis por movimentar R$ 4,5 bilhões, mas que recolheram apenas 0,1% em tributos federais no período. Além dos postos, mais de 60 motéis, 98 estabelecimentos de franquias e ao menos 14 empreendimentos imobiliários estão na mira das autoridades.

O principal alvo é o empresário Flávio Silvério Siqueira, o “Flavinho”, apontado como operador financeiro do PCC há mais de duas décadas. Ele e seus associados teriam usado uma malha de empresas de fachada, laranjas e contadores para lavar dinheiro em diferentes setores, além de investir em helicópteros, iates, terrenos e carros de luxo, como uma Lamborghini Urus.

Batizada de Spare, a operação é um desdobramento da Carbono Oculto, que revelou como o PCC havia infiltrado seus negócios na Faria Lima, em São Paulo. O nome faz referência ao boliche: após a primeira jogada, quando restam pinos em pé, o jogador os derruba no segundo arremesso. O objetivo agora, segundo o Gaeco, é concluir a derrubada dos “pinos” do esquema.

As provas apreendidas devem embasar novas denúncias, pedidos de bloqueio de bens e investigações sobre sócios ocultos e empresas laranjas que continuam movimentando recursos da facção.