O influenciador e ex-motoboy Brunin Prado, 28 anos, foi detido pela Polícia Militar na madrugada de quinta-feira (18), em sua casa na região oeste de São José dos Campos, e alegou ter sido vítima de abuso policial.
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O Porsche Macan GTS de cor preta, dirigido pelo influencer, também foi apreendido pela polícia. O caso foi registrado como desobediência e segue em investigação.
De acordo com o relato dos policiais militares, Brunin, que tem 1 milhão de seguidores no Instagram e se chama Bruno da Silva Prado, teria desobedecido a uma ordem de parada dada pelos agentes durante a madrugada, empreendendo fuga com o carro em alta velocidade.
Os policiais disseram que o veículo “percorreu extenso trajeto em alta velocidade, incluindo a rodovia Presidente Dutra e outras vias urbanas”, até entrar em um condomínio no bairro Urbanova, onde estacionou de frente à residência.
Brunin foi abordado pelos policiais, que não encontraram nada de ilícito com o influenciador e nem no veículo. Os agentes disseram, segundo o BO, que Brunin “exalava odor etílico”. A PM disse que ele se recusou a realizar o teste do etilômetro.
Diante da recusa e dos indícios de embriaguez, o Porsche, registrado em nome de um morador de Balneário Camboriú (SC), foi apreendido administrativamente pela Polícia Militar.
Brunin foi conduzido ao IML (Instituto Médico Legal), onde realizou exames de corpo de delito e clínico de embriaguez, ambos com resultado negativo, contrariando a versão apresentada pelos policiais. O investigado alegou ainda ter sido algemado dentro de sua residência e afirmou possuir imagens que comprovariam a abordagem.
Todos os envolvidos foram ouvidos em gravação audiovisual. O motorista contou com a assistência de um advogado.
Diante da divergência entre o relato dos policiais e o laudo médico, a autoridade policial deliberou pelo encaminhamento do caso para investigação no distrito competente. O episódio foi registrado como crime de desobediência, sem flagrante de embriaguez ao volante.
O advogado Fernando Macena Cardoso disse que os policiais “adentraram de forma abusiva e ilegal dentro da residência do Bruno”.
“Numa situação que não estava em flagrante delito, algemaram e levaram ele e o carro para a delegacia, mediante a alegação que o mesmo estava embriagado. Chegando à delegacia, ele se dirigiu ao IML para fazer o corpo delito. Foi comprovado, ficou constatado pelo laudo médico que ele não estava embriagado”, afirmou o defensor.
Segundo Cardoso, os policiais “constrangeram” o influenciador “perante toda a vizinhança com várias viaturas, como se fosse um bandido periculoso, de grande intensidade”.
Ele também criticou a apreensão do veículo: “Como se não bastasse, mesmo mediante o laudo constatando a ausência de embriaguez, e não houve sequer atuação por nenhum delito desse gênero, os policiais, mesmo assim, de forma administrativa, os policiais militares recolheram o carro dele ao pátio, causando assim um grande prejuízo, além de todo o transtorno”.
Cardoso disse que os policiais militares não estavam utilizando as câmeras corporais. “Não sabemos o motivo até o momento, mas ninguém estava utilizando”.
“Colocaram crimes que o meu cliente não cometeu, imputaram a ele calúnia, difamação, nessa questão de colocar que ele estava embriagado. Acabou constrangendo meu cliente pela ilegalidade da prisão. Entraram sem ordem judicial, sem mandado de prisão dentro da residência. Tem câmera local, tem tudo para comprovar”.
O advogado negou que Brunin tenha desobedecido a uma ordem de parada dos policiais. “Não teve desobediência nessa situação. Até porque, como mesmo falaram, estava na Dutra. A Dutra, quem atua ali é a Polícia Rodoviária Federal. E ali é um local de trânsito a 110 por hora”.
Ele finalizou dizendo que pretende processar o Estado a título de “recompensa dos danos que ele teve, toda acusação indevida contra ele”.