14 de dezembro de 2025
CRIME

Veja a linha do tempo da morte brutal de Carlos Eduardo em SJC

Por Leandro Vaz | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Da redação
Reprodução
Carlos foi morto em emboscada

Em menos de 48 horas, a Polícia Civil elucidou o latrocínio do motorista de aplicativo Carlos Eduardo de Faria Cesar, 23 anos, que havia desaparecido na noite de sexta-feira (5), em São José dos Campos, e foi encontrado morto na noite de domingo (7), em Jacareí.

O caso mobilizou equipes da 1ª DIG/Deic desde sábado (6) e levou à prisão em flagrante de Clayton Luiz Moreira Júnior, 19 anos, além do indiciamento de Jonathan Eduardo Sousa Goulart, 24 anos.

O desaparecimento e os primeiros indícios

Dia 6 – 15h10: o pai registra o desaparecimento de Carlos na CPJ (Central de Polícia Judiciária). Ele havia saído para trabalhar na noite anterior, com um VW Polo preto (FEA-2856).

Dia 6 – noite: o carro é encontrado abandonado na rua Edna de Pinho Lima, Vila das Flores (SJC). Local é preservado, e perícia papiloscópica é requisitada.

Ainda no sábado, o banco informa movimentação suspeita na conta da vítima: um Pix direcionado a Juan Pedro da Fonseca Marcondes. Juan é localizado, colabora, entrega o celular e relata ter sacado R$ 600 na tarde de sábado e repassado o dinheiro à noite a pedido de Jonathan.

O fio investigativo: Jonathan e a namorada

Domingo (7) – tarde/noite: equipes tentam localizar Jonathan, que já tinha mandado de prisão anterior. A namorada dele, Gabrielly Cruz Ferreira, procura espontaneamente a delegacia e presta depoimento.

Ela afirma que Jonathan saiu de madrugada com um amigo, Clayton, e voltou por volta das 5h de sábado, nervoso e evasivo. Relata uma ligação, já no hotel na madrugada seguinte, em que Jonathan perguntou a Clayton: “por que você fez isso?”.

Prisão de Clayton e a confissão informal

Domingo (7) – 20h: com o novo alvo identificado, policiais localizam Clayton numa adega da Rua Ouro Fino, 1926 (Bosque dos Eucaliptos).

Ao ser abordado, ele confessa informalmente: contou que, dias antes, conhecera Carlos numa corrida e trocara contatos. Na madrugada de sábado (6/9), Jonathan e Clayton chamaram Carlos e saíram “para roubar”. Sem vítimas na rua, decidiram assaltar o próprio motorista, forçando transferência via PIX (feita para a conta de Juan).

Temendo serem reconhecidos, decidiram matar a vítima. Segundo Clayton, a arma pertencia a Jonathan, mas ele efetuou os disparos. Relatou que enganaram Carlos com a história de buscar “drogas” perto de uma represa e, numa área de mata da Estrada Municipal Abade Biagino Chieffi (Jacareí), mandou a vítima ajoelhar e atirou três vezes.

Clayton leva a equipe ao ponto exato do corpo. No local, a polícia identifica a vítima pelas características e vestes. O cadáver estava em decúbito dorsal, com duas perfurações no lado esquerdo do corpo e uma atrás, acima da orelha direita. Perícia e exame necroscópico foram requisitados.

Tipificação, flagrante e custódia

O delegado responsável enquadrou os fatos como latrocínio consumado.

A prisão de Clayton foi lavrada como flagrante impróprio, dada a perseguição contínua desde as primeiras horas da investigação e a prisão em decorrência direta das diligências.

Trata-se de crime hediondo, sem fiança na esfera policial. Após formalidades (nota de culpa e comunicações), Clayton foi recolhido à Cadeia Pública de Caçapava, à disposição da Justiça para audiência de custódia.

Jonathan foi indiciado indiretamente e segue procurado.

Provas, laudos e próximos passos

O VW Polo da vítima permanece preservado para quimioluminescência (busca de vestígios de sangue).

Equipamentos periciais e laudos (local e necroscópico) foram requisitados para robustecer a materialidade.

A Polícia Civil representou pela prisão preventiva de Clayton e Jonathan, citando a gravidade concreta do crime, risco à ordem pública e possibilidade de fuga.