14 de dezembro de 2025
ABAIXO DO ESPERADO

Café da Alta Mogiana fecha colheita de 2025 com quebra de até 30%

Por Leonardo de Oliveira | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
Produtores relatam quebra de até 30% na produtividade do café na região

A colheita de café de 2025 na região da Alta Mogiana terminou com um resultado abaixo do esperado e trouxe preocupação para os produtores. As condições climáticas adversas em Franca e municípios vizinhos, com estiagem prolongada e temperaturas elevadas, provocaram uma quebra de produtividade que em muitos casos chegou a 20% ou até 30% em relação às projeções iniciais.

De acordo com cafeicultores, a escassez de chuvas entre o fim de 2024 e o início de 2025 comprometeu o desenvolvimento dos cafezais. “Já sabíamos que haveria uma quebra de produtividade por conta do mau pegamento da florada”, afirmou o produtor e influenciador do agro Rafael Stefani. Segundo ele, mesmo com a retomada das chuvas em outubro, a florada não vingou devido ao calor intenso e ao período de seca de seis meses.

A situação se agravou com uma nova estiagem registrada em fevereiro, que durou mais de 30 dias e afetou a granação dos frutos. “O rendimento ficou abaixo da média dos últimos anos. O café ficou mal granado, menos pesado, e, por isso, foram necessários mais frutos para alcançar o peso de uma saca”, explicou Stefani. O problema, segundo o especialista, não se restringiu à Alta Mogiana, mas também atingiu outras regiões produtoras do país.

Apesar do cenário negativo, o produtor destaca um ponto positivo: as chuvas esporádicas durante a colheita ajudaram a recuperar parte das lavouras. “As chuvas de maio e julho, mesmo sem grande intensidade, aliviaram o estresse hídrico das plantas, que agora estão mais saudáveis e vigorosas. Isso nos dá uma perspectiva de uma safra melhor para 2026”, avaliou.

Segundo a Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas), a safra de café está abaixo do esperado, cenário que já vinha sendo antecipado desde dezembro e que agora se confirma. Apesar disso, ainda não há números concretos disponíveis, uma vez que o recebimento da produção segue em andamento.