Após confessar à polícia que matou e enterrou o corpo de Sarah Picolotto dos Santos Grego, de 20 anos, em Ubatuba, Alessandro Neves dos Santos, 24 anos foi liberado pela Justiça. A decisão, da 2ª Vara de Ubatuba, contrariou a posição do Ministério Público e da Polícia Civil, revoltou a família da jovem e entidades de defesa da mulher.
O TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo, em nota, disse que a Justiça “reconhece a gravidade dos fatos investigados, mas ressalta que a prisão temporária é medida excepcional e só pode ser decretada quando estritamente indispensável ao andamento da investigação, conforme determina a Lei 7.960/89”.
“Coitadinho dele, né. Ele colaborou com a polícia, levou os investigadores até o local que ele assassinou, abusou, enforcou e ocultou o corpo da minha filha. Parabéns à juíza do caso. Se fosse a sua filha?”, questionou a mãe da vítima, Tânia Picolotto.
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A jovem foi estrangulada e teve o corpo enterrado perto de uma cachoeira em Ubatuba, na noite do último dia 10. Antes, ela teria sofrido estupro coletivo de cinco rapazes.
A decisão da Justiça revoltou a família de Sarah, que é de Jundiaí. Após o sepultamento da jovem, no domingo (17), os pais dela se manifestaram com duras críticas à decisão da Justiça. Nas redes sociais, os pais compartilharam fotos de Alessandro e cobraram justiça.
“Vamos compartilhar a cara desse monstro, que confessou o crime bárbaro da minha filha”, disse o pai de Sarah, o pastor Leonardo Santos.
O TJ-SP explicou que, de acordo com os fundamentos da decisão que negou a prisão preventiva de Alessandro, a “postura colaborativa do investigado não representa risco imediato às diligências e há uma série de medidas cautelares para viabilizar a apuração de circunstâncias criminosas, como buscas e apreensões, levantamento de sigilo de dados e financeiro, interceptação telefônica”.
“Na mesma decisão, foi deferida a busca e apreensão nos endereços indicados, para fins de arrecadação de provas e objetos relacionados à apuração”, completou o Tribunal.
Sarah estava desaparecida desde 9 de agosto e foi encontrada morta na última sexta-feira (15), enterrada em uma área de mata próxima a uma cachoeira no bairro Rio Escuro, em Ubatuba.
O acusado confessou o assassinato e levou a polícia até o local do corpo. Em depoimento, disse que Sarah havia sido estuprada por cinco homens em uma adega, crime que teria sido filmado. Segundo ele, a jovem foi obrigada a fazer sexo oral e, em seguida, levada para a casa dele.
Após uma discussão, sob efeito de drogas e álcool, Alessandro afirmou que a enforcou antes de enterrar o corpo.
O corpo de Sarah foi sepultado no Memorial Parque da Paz, em Jundiaí, sem velório, em uma cerimônia marcada pela comoção. Nas redes sociais, o pai publicou uma foto da filha com a frase: “Amor para a vida toda. Guardaremos para sempre o amor e as memórias que ela nos deixou”.
Os pais de Sarah, abalados pela perda da filha, seguem em busca de justiça: “Esse monstro não pode ficar solto. Queremos justiça por Sarah”, reforçou o pai.