"Que absurdo".
Foi assim, com indignação e revolta, que o pai de Sarah Picolotto dos Santos Grego, de 20 anos, morta brutalmente em Ubatuba, reagiu à decisão da Justiça de liberar da prisão o homem que confessou ter matado a jovem e indicou a polícia até o local em que havia escondido o corpo. O caso chocou a região.
O pai de Sarah, que é pastor em Jundiaí, postou a sua indignação nas redes sociais e pediu ajuda dos amigos para compartilharem a sua revolta. Nesta sexta-feira (15), a Justiça determinou que Alessandro Neves Santos Ferreira, de 24 anos, que confessou o crime, fosse colocado em liberdade.
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A decisão provocou revolta de entidades de combate à violência contra mulher. A soltura ocorreu no mesmo dia da prisão, apesar do parecer favorável do Ministério Público pela manutenção da custódia.
"Que mundo é esse? O cara confessou o crime e saiu pela porta da frente, não dá para acreditar em uma coisa dessa não", disse Sandra Muniz. "Liberado pela justiça do homem, mas da justiça de Deus ele não escapa", comentou Fernando Dallaqua. "Não dá para acreditar nisso! Onde está a justiça desse país, meu Deus?", disse Aline Sotano Lança.
Sarah, moradora de Jundiaí e filha de um pastor, estava desaparecida desde 9 de agosto. Ela foi encontrada morta no dia 15, enterrada próximo a uma cachoeira no bairro Rio Escuro, em Ubatuba. Alessandro confessou o crime à polícia, indicou o local onde ocultou o corpo e descreveu ter enforcado a vítima após manter relação sexual. As roupas e o celular da jovem teriam sido jogados em um rio.
Segundo a Polícia Civil, há indícios de que momentos antes da morte, Sarah foi levada para uma área de mata após ingerir bebidas em uma adega com cinco homens, entre eles Alessandro, e obrigada a praticar sexo oral. Foram solicitados exames necroscópico, toxicológico e sexológico.
Para o Instituto Todas por Uma, a liberação imediata do suspeito reforça a sensação de impunidade. “Mais uma vez, vemos o sistema falhar em proteger as mulheres e punir os responsáveis. Basta! Não vamos nos calar”, afirmou a entidade.
O caso segue sob investigação da Delegacia de Polícia de Ubatuba.