O presidente e CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, disse que a importância da empresa para os Estados Unidos foi crucial para evitar que a companhia fosse sobretaxada pelo governo americano, tendo que pagar 50% nas exportações para o país – hoje a Embraer paga taxa de 10%, e tenta reduzir a zero.
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Após o anúncio da tarifa de 50% para os produtos brasileiros, anunciada pelo presidente Donald Trump no começo de julho, Gomes Neto viajou aos EUA e envolveu-se pessoalmente nas negociações com representantes do governo americano.
O resultado foi que a Embraer ficou de fora do tarifaço de Trump, que começa a valer nesta quinta-feira (7). Outros setores da economia brasileira também foram excluídos da sobretaxa.
Perguntado sobre o assunto por OVALE, durante audioconferência da Embraer com investidores e jornalistas nesta terça-feira (5), Gomes Neto disse que a Embraer “foca em dados e naquilo que pode controlar”, e foi assim que agiu no episódio do tarifaço.
“Foi isso o que fizemos desde o começo. Levantamos toda a contribuição que temos para o mercado americano, empregos, e foi uma forma de mostrar o impacto que a tarifa teria nos EUA”, disse ele.
“Incluímos os investimentos, a importância dos nossos aviões naquele país, e levamos para as pessoas certas, que têm visibilidade. Fizemos a mesma coisa no lado brasileiro e mostramos o risco de ficar em 50% [a tarifa]”, completou.
Gomes Neto não comentou o risco de Trump anunciar novas sanções comerciais ao Brasil após a prisão domiciliar imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), nessa segunda-feira (4). Trump exigiu anistia a Bolsonaro quando anunciou o tarifaço ao Brasil.
“No campo político a gente não entra, focamos na questão econômica. Continuamos com a mesma tese e com base em outros acordos de outros países, de trazer a tarifa para zero, e temos boa perspectiva de acontecer com a gente”, afirmou Gomes Neto.
Para alcançar a meta da tarifa zero nos EUA, o executivo disse que trabalha em duas frentes: diretamente com os americanos e por meio do governo brasileiro.
“Reconhecemos todo esforço e agradecemos a mudança [da tarifa] pelo governo. Continuamos trabalhando com os dois governos e levando o nosso caso econômico e a vantagem para aquele país, para voltar à alíquota zero, o que ocorreu em mais de 45 anos.”