O prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias (PSD), disse que as atuais empresas que operam o transporte público da cidade devem operar até setembro do ano que vem, quando o novo sistema entra em funcionamento pleno.
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Os novos ônibus elétricos começaram a chegar à cidade em setembro deste ano, com previsão de 20 primeiros veículos. Até setembro do ano que vem, serão 400 ônibus elétricos para substituir a atual frota de coletivos. Nesse período de 12 meses, os dois sistemas funcionarão ao mesmo tempo.
“A gente vai tentar fazer dentro do prazo até setembro, mas não é algo que eu tenho a obrigatoriedade, até porque a gente tem de setembro desse ano até setembro do ano que vem. A gente vai ter que caminhar com as empresas que hoje estão aí, até para a gente poder fazer a substituição dos carros”, disse Anderson em entrevista ao OVALE Cast, podcast de OVALE.
OVALE Cast contou com a participação do editor-chefe de OVALE, Guilhermo Codazzi, e do repórter especial Xandu Alves. O podcast na íntegra está disponível no Youtube e no Spotfy, além do site e das redes sociais de OVALE.
A seguir, o trecho da entrevista com Anderson sobre o transporte público em São José.
Sobre o transporte público, há previsão de quando serão feitas as duas licitações para escolher a operadora do sistema e a questão da parte financeira? E em setembro os ônibus elétricos começarão a operar?
A gente vai tentar fazer dentro do prazo até setembro, mas não é algo que eu tenho a obrigatoriedade, até porque a gente tem de setembro desse ano até setembro do ano que vem. A gente vai ter que caminhar com as empresas que hoje estão aí, até para a gente poder fazer a substituição dos carros. Se eu tiver a empresa da prestação de serviço, eu não vou ter os ônibus, certo? Porque os ônibus vão chegar durante o período de 1 ano. Então nós vamos ter que alugar os ônibus nas empresas atuais ou trazer outros ônibus, de alguma forma, mas a gente tem que achar a solução do ônibus.
Nesse processo a gente vai trabalhar concomitantemente, trabalhando ali dentro dos prazos. Lógico que o ideal, e é isso que nós estamos trabalhando, para ter já tudo isso antes e resolver só o problema dos ônibus, ou seja, alugar os ônibus, por exemplo, das empresas que estão operando hoje, esses ônibus ficam aqui, a gente os remunera e conforme os elétricos forem chegando e a gente for substituindo, vai se devolvendo, então a gente tem todo esse planejamento.
E sobre a operação?
A questão da operação a gente está fazendo alguns estudos, a gente tem que voltar para o mercado, seja desde a manifestação de interesse, de modelo, então é um modelo onde a gente está fazendo o estudo da operação com pátios e carregamento, onde a operação pode explorar o pátio de carregamento. Se nós estamos falando em 10 pátios, são duas garagens e oito locais na cidade. O que é o explorar? É a própria empresa montar o pátio, colocar os carregadores e poder explorar o pátio.
O que a gente quer agora é fazer com que esses pátios também possam permitir que o privado possa abastecer. É uma forma de a gente fomentar também essa falta de infraestrutura que se tem hoje no país, e aqui na cidade a gente teria entrando nessa infraestrutura para que o privado possa usar. O que é o privado? Seja um carro pequeno, um caminhão.
Nós temos o Correio e tudo isso que aconteceu quando eu fui visitar o Correio, que tem 20 vans que estavam paradas porque não tinha infraestrutura para abastecer. Hoje eles têm, colocaram carregadores dentro das suas garagens. Nós temos empresa de cerveja aqui em São José dos Campos que tem caminhões parados, porque não consegue colocar os caminhões nas ruas por falta de infraestrutura [de abastecimento elétrico].
Então, qual que é a ideia? Nós temos dois pátios de carregamento às margens da Dutra, um no sentido São Paulo e outro no Rio. Mais seis pátios de carregamento na cidade e as duas garagens. Então o que nós estamos fazendo agora é que a gente voltou para o mercado para fazer uma consulta se isso é viável, nós unirmos operação com pátios de carregamento ou até fazer separado. A gente continua no projeto de fazer a contratação de uma empresa para operar o sistema e os pátios a gente faz uma PPP. Investimento do privado com exploração.
Qual a vantagem desse sistema?
O município garante a compra da energia por 15 anos para abastecer os ônibus. Eles têm que garantir para nós que os ônibus vão chegar ali para fazer o carregamento e estará livre. Mas ele vai poder explorar. Como que ele vai poder explorar? Vendendo energia para a iniciativa privada. Dessa forma a gente dá uma infraestrutura para poder fomentar a questão da eletrificação da frota, da frota como um todo. Ele vai poder explorar montando uma loja de conveniência, montando um lava-rápido, enfim, um café, ele pode explorar da forma como ele quiser. Isso diminui os custos do município. A gente pode pagar mais barato, com certeza pagaremos mais barato pela energia, porque tem uma exploração. E também por 15 anos a gente garante essa compra de uma energia mais barata.
Eu acho que a gente precisa fazer dessa forma, se for o município construir, juridicamente eu tenho um problema para poder fazer, colocar recurso público e depois permitir o privado, mas uma parceria público-privada faz com que o município não coloque os recursos de imediato, de infraestrutura, mas tem como contrapartida do privado fazer os investimentos e o município se utilizar com um preço muito melhor, muito mais barato para poder abastecer os carros.
E o financeiro a gente tem até setembro do ano que vem. Inicialmente a Urbam que vai captar. A gente faz agora nos próximos dias até setembro, a gente faz uma intervenção administrativa. Não é uma intervenção judicial, é uma intervenção administrativa no Consórcio 123, que faz a operação de câmera de compensação do sistema de transporte público. Então agora a gente já tem o decreto pronto, aplicado e a gente faz essa intervenção. Nós vamos participar do Consórcio 123, aí a gente começa a fazer toda a transição tarifária e financeira já para a própria Urbam, através do Consórcio.
Nesse contexto dessas mudanças, desses estudos, existe uma estimativa? O senhor tem uma previsão de quando essa segunda licitação deve ser colocada?
A gente vai publicar ela agora para agosto. A gente fez agora as manifestações de interesse. Quatro empresas fizeram a sua manifestação. A Veg fez a sua manifestação agora por último. A Veg é uma grande empresa, aliás, uma empresa nacional, uma empresa multinacional nacional. Uma grande empresa.
Os motores dos veículos e as baterias que devem vir talvez serão com a Veg, que já é a parceira hoje da empresa Eletra, que tem hoje 400 ônibus elétricos no Brasil já rodando. Só São José vai ter 400 ônibus, então você vê que nós vamos ter o mesmo número do que no Brasil tem de ônibus elétricos. Eu estou falando só dos ônibus elétricos da Eletra, que tem motores Veg, baterias Veg.
Então eles fizeram a manifestação agora também com relação ao interesse ou não de ter um pátio, deles construírem o pátio, deles terem todos os equipamentos deles. A gente está finalizando essa consulta, agora a gente faz a licitação, por isso o mês de agosto, acho que é o mês aí que a gente consegue já publicar.