Após ser surpreendido pelo anúncio da tarifa de 50% aos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, o que afeta diretamente a Embraer, o presidente e CEO da companhia, Francisco Gomes Neto, vem realizando um lobby de alto nível nos EUA para reduzir a cobrança, o que ainda nem o governo federal conseguiu.
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Desde 9 de julho, ele se encontrou com o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, o Secretário de Transportes, Sean Duffy, e um assessor sênior do Representante Comercial dos EUA, Jamieson Greer.
Gomes Neto explicou que, dos 3.000 empregos diretos que a Embraer mantém fora do Brasil — onde emprega 20 mil pessoas —, 2.500 estão nos Estados Unidos, onde seus fornecedores sustentam outros 10 mil. Os jatos de 80 lugares da fabricante lideram a aviação regional no país.
Com isso, ele voltou com a promessa de que a Embraer pode entrar numa lista de exceções ao tarifaço – os 10% aplicados desde abril seguiriam valendo.
Segundo o presidente da Embraer, autoridades americanas reconheceram a força de sua argumentação e sinalizaram que há espaço para negociação. Ele também encontrou apoio entre clientes como a American Airlines, cujo CEO, Robert Isom, fez um apelo público ao governo americano.
Gomes Neto admite que a aeronave militar KC-390 pode ser vista como uma ameaça pela Lockheed Martin, mas afirma que a Embraer está disposta a construir uma fábrica nos EUA caso os EUA se comprometam com a compra.
O Fórum de CEOs Brasil-EUA, do qual a Embraer é membro, solicitou o adiamento do prazo tarifário de 1º de agosto, mas Lutnick rejeitou a ideia. “Virei CTO — Chief Tariff Officer“, brincou Gomes Neto.
* Com informações do Valor Econômico