A Prefeitura de Jacareí anunciou que poderá iniciar um processo de desapropriação da área destinada à fábrica da montadora Caoa Chery, caso a empresa não apresente um plano de retomada da produção de veículos na cidade. A unidade industrial está desativada há cerca de três anos.
Segundo a administração municipal, duas notificações foram enviadas à montadora somente neste mês, a mais recente, na segunda-feira (21). O prefeito Celso Florêncio (PL) declarou, por meio das redes sociais, que buscou diálogo com representantes da empresa, sem sucesso, e agora pretende adotar medidas legais. “Partimos para o litígio”, afirmou.
O documento enviado estipula um prazo de 45 dias para que a Caoa Chery apresente um plano concreto de reativação das atividades ou outra proposta que garanta a utilização da planta industrial conforme sua finalidade original. Caso não haja resposta ou acordo, a prefeitura dará início ao processo de desapropriação, mediante pagamento de R$ 17,7 milhões à empresa — valor calculado com base na diferença entre os R$ 46 milhões investidos pelo município em infraestrutura e incentivos fiscais e os R$ 63 milhões estimados como valor do complexo industrial.
“O que queremos é que a planta da Caoa Chery em Jacareí cumpra sua função social, gerando emprego e renda para os moradores da cidade”, destacou o prefeito.
Em janeiro deste ano, parte do terreno da unidade foi transferida para a montadora Omoda Jaecoo. Até o momento, a Caoa Chery informou que não recebeu oficialmente a notificação e não se manifestou sobre eventuais planos de retomada da produção.
A prefeitura alega que a empresa não cumpriu cláusulas previstas no Memorando de Entendimentos firmado em 2010, quando a área foi doada, entre elas o compromisso com a geração de empregos.