A retomada das escavações nesta quinta-feira (24) no Pico dos Marins, em Piquete, para encontrar vestígios do corpo de Marco Aurélio Simon, escoteiro que desapareceu na montanha há 40 anos, marca o terceiro ano de escavações no local desde que o caso foi reaberto, em 2021. O inquérito havia sido encerrado em 1990, sem conclusão.
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Marco Aurélio tinha 15 anos quando sumiu durante uma trilha no Vale, em 8 de junho de 1985. Ele estava acompanhado de outros três escoteiros adolescentes e de um adulto, líder do grupo.
Desde então, diversas tentativas de encontrar o escoteiro foram realizadas na região, todas sem sucesso. O desaparecimento do jovem é considerado um dos maiores mistérios do mundo.
A retomada das escavações foi confirmada a OVALE por uma fonte da Polícia Civil. A princípio, os trabalhos ocorrerão na quinta (24) e na sexta (25), com peritos vindos de São Paulo. Trata-se da continuidade das escavações que recomeçaram em 2023, após o caso ter sido reaberto em 2021.
O caso foi desarquivado após novos indícios de que o jovem poderia ter sido morto e enterrado em área próxima ao acampamento do Pico dos Marins, o que motivou as escavações. Elas foram feitas em julho de 2021, novembro de 2022 e setembro de 2023. Nenhuma evidência do corpo de Marco Aurélio foi encontrada.
Na manhã desta quarta-feira (23), segundo apurou OVALE, a Delegacia Seccional de Guaratinguetá realizou uma reunião com as forças de segurança para definir os detalhes da retomada das escavações. Piquete faz parte da jurisdição da unidade da Polícia Civil de Guará.
De 18 a 22 de setembro de 2023, cerca de 30 pessoas entre policiais civis, peritos, médicos legistas, policiais militares e ambientais, bombeiros e servidores da Prefeitura de Piquete estiveram empenhados com o objetivo de tentar encontrar algum vestígio do escoteiro desaparecido. Foi uma das investigações mais completas realizadas no Pico dos Marins, após a reabertura do caso.
Na época, com a ajuda de drones, foram identificados cinco pontos de possíveis covas com ossos. O Instituto de Criminalística fez buscas nesses pontos tentando localizar ossos para identificação por DNA, por meio da antropologia. Até agora nenhum vestígio do escoteiro foi localizado.
Pai de Marco Aurélio, o jornalista e advogado Ivo Simon, 86 anos, que mora em São Paulo, vai acompanhar a retomada das investigações da capital, esperando que o caso possa finalmente ser encerrado. Mas enquanto o corpo do jovem não for localizado, Ivo acredita que o filho possa estar vivo.
“Eu ainda sonho com o dia que ele vai voltar para casa. Não há nenhum indício de que ele tenha sido morto. Não há um fio de cabelo de Marco Aurélio em lugar algum. Então, o que eu posso fazer é acreditar que esteja vivo”, disse ele.
“Agradeço todo o trabalho que a polícia tem feito para tentar solucionar o caso. Sigo acompanhando a investigação e torcendo para que essa história tenha um fim algum dia.”