A polícia procura pela empresária Lucile Andrade Nascimento Couto, 51 anos, que está foragida desde o último dia 11 e teria envolvimento na execução de Klaus Viana Munch, 64 anos, o Pepão, que foi morto no dia 3 de julho, em Ubatuba, no Litoral Norte. Lucile teria pagado ao menos R$ 30 mil pela morte de Klaus.
Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp
Pepão havia sido condenado por organização criminosa e lavagem de dinheiro e respondia ao processo em liberdade quando foi assassinado, com ao menos cinco tiros nas costas.
Segundo investigação da Delegacia Seccional de São Sebastião, a motivação para a execução seria a disputa pela exploração do jogo do bicho em Ubatuba. A morte de Pepão escancarou a rivalidade entre dois núcleos familiares envolvidos há décadas com a exploração do jogo do bicho na cidade.
Lucile é viúva de Moacir Ribeiro Couto, apontado como o patriarca de um clã de contraventores. A investigação aponta que, da mesma forma que Pepão, que mantinha negócios de fachada para lavar dinheiro, Lucile também se apresenta como empresária, tendo registradas em seu nome empresas em vários segmentos – imobiliário, título de capitalização, criação de animais.
A defesa dela não foi localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
Ex-genro de Moacir, Pepão atuou na administração das apostas ilegais, controladas pelo clã, em Ubatuba. Ele mesmo admitiu estar envolvido com jogo do bicho, como consta em um documento judicial obtido pela reportagem do portal Metrópoles.
Os milhões oriundos da contravenção penal geraram disputas entre ele e Lucile, após Pepão se separar da filha de Moacir, há cerca de cinco anos. Desde então, seguiram atuando com as apostas ilegais na cidade litorânea, crime pelo qual o ex-genro do patriarca foi investigado, além de associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Pepão chegou a ficar preso por cerca de um mês, no ano passado, após ser condenado a 10 anos. Como a decisão foi em 1ª instância, ele recorria em liberdade.
No processo, obtido pelo Metrópoles, a Justiça deferiu pela prescrição das acusações de jogo de azar, imputando ao suspeito os crimes de associação criminosa e clareamento de valores — oriundos de atividades ilegais.
No último dia 3, Pepão entrou caminhando em uma galeria, no bairro Itaguá, movimentação observada pelo ocupante de uma moto vermelha, estacionada na avenida Leovigildo Dias Vieira.
Sem retirar o capacete, o assassino sacou uma pistola, ainda na avenida, com a qual executou a vítima, no piso superior da galeria. Ele em seguida fugiu correndo até uma lancha, ocupada por dois homens. Douglas de Oliveira, proprietário da embarcação, guiada por ele após o homicídio, foi preso no último dia 11.
Graças a um depósito de R$ 3 mil, recebido por ele um dia após o assassinato, a Polícia Civil chegou até a mandante. Conforme investigado pela Seccional de São Sebastião, uma empresa registrada no nome de Lucile teria feito a transferência do valor.
Até o momento, somente Douglas está atrás das grades, por ter ajudado na fuga do pistoleiro. Além do assassino e Lucile, outros dois homens são investigados e seguem em liberdade.
A defesa de Douglas não havia sido localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
Segundo relatório policial, Pepão era líder de uma organização criminosa. Ele foi o único réu do processo a admitir a exploração do jogo do bicho, negócio que assumiu em 2019, quando o já ex-sogro, Moacir, se adoentou e o teria escalado para dar continuidade aos negócios ilegais.
Com a ajuda de comparsas, ele lavava milhões por meio de uma empresa de fachada. Conversas interceptadas no celular dele, com autorização judicial, indicam que o clã de contraventores está envolvido com o jogo do bicho há 45 anos e conta com a prestação de serviços de, ao menos, 126 cambistas.
Os conflitos de interesses entre Pepão e Lucile começaram após a morte do patriarca do clã, em 19 de fevereiro de 2022.
* Com informações do portal Metrópoles