O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou nesta quinta-feira (17) uma nova carta dirigida ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em que volta a criticar o julgamento do político brasileiro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe. Trump também pressiona o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a “mudar de rumo”.
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No texto, divulgado em seu perfil na plataforma Truth Social, Trump afirma estar acompanhando o caso e diz que Bolsonaro está sendo alvo de um sistema “injusto”. “Este julgamento deve terminar imediatamente!”, escreveu. Ele ainda elogiou o ex-presidente brasileiro, dizendo que Bolsonaro “foi um líder altamente respeitado e forte que serviu bem ao seu país”.
Trump também voltou a mencionar supostos ataques à liberdade de expressão no Brasil e nos Estados Unidos, responsabilizando o atual governo brasileiro pelas ações. “Espero sinceramente que o governo do Brasil pare de atacar opositores políticos e encerre esse regime ridículo de censura”, afirmou.
Na semana anterior, Trump já havia tornado pública outra carta, dessa vez endereçada diretamente ao presidente Lula. No documento, ele anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, mais que o quádruplo dos 10% divulgados em abril. Na ocasião, o ex-presidente americano classificou o processo contra Bolsonaro como “caça às bruxas” e criticou o STF, acusando o Brasil de ataques à liberdade de expressão e às eleições livres.
A nova manifestação teve resposta de aliados de Bolsonaro. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro agradeceu Trump nas redes sociais e afirmou que o Brasil estaria "rumando para uma narcoditadura como a da Venezuela" sem o apoio do republicano.
Por outro lado, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), também reagiu. Em publicação no X (antigo Twitter), ela disse que a carta de Trump “expõe cruamente a chantagem que estão fazendo contra o Brasil”. Segundo a ministra, o ex-presidente dos EUA estaria exigindo que o país renuncie à soberania e à autonomia do Judiciário em troca da suspensão de tarifas e sanções.