Câmara
Vice-presidente municipal do PL, partido que integra a oposição ao governo na Câmara de São José dos Campos, o vereador Lino Bispo tem conversas avançadas para passar a integrar a base aliada ao prefeito Anderson Farias (PSD). O mesmo ocorre com relação a outro vereador do PL, Roberto Chagas.
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Entrevista
A possibilidade da ida de Lino para a base foi antecipada pelo prefeito na última segunda-feira (14), em entrevista à CBN Vale. "Podemos afirmar que o Lino Bispo é da bancada do governo. Agora estamos de recesso, mas na volta ele já participa das reuniões e discussões junto ao Executivo. Nós sempre tivemos uma relação de respeito, isso é muito importante. É uma relação de cada um nos seus poderes, mas de muito respeito e de construirmos juntos. Ninguém faz nada sozinho. Precisamos dessa construção".
Conversas
Embora o prefeito tenha tratado a mudança como já confirmada, Lino afirmou ao OVALE nessa quarta-feira (16) que a ida para a base é uma possibilidade, mas que ainda não está sacramentada. Para que isso ocorra, o governo teria que se comprometer a atender pleitos do vereador. "Tivemos uma conversa. Se eles, de fato, resolverem os problemas que nós levamos até a Prefeitura - problemas esses que resolvem, ajudam a vida da população de São José -, nada mais justo do que a gente apoiar projetos do governo. A minha briga é em favor da população".
Pedidos
À coluna, Lino deu exemplos de pedidos feitos à Prefeitura. "Tem duas escolas, uma do Dom Pedro, que é a escola Dom Pedro de Alcântara, a obra daquela escola está parada há quase sete anos. Outra escola ali no Bosque dos Ipes, para 1.000 crianças, está paralisada também. Regularização de alguns bairros na cidade, tipo Rio Comprido, Águas de Canindu, Chácaras Oliveiras, Chácaras Araújo. Se o governo fizer um esforço atender essas demandas, a gente consegue avançar na conversação".
Tratativas
Também em conversa com a coluna, Chagas confirmou que mantém diálogo com o governo para passar a fazer parte da base aliada. "Hoje eu tenho tratativas com o governo, mas não estamos fechados". O vereador também afirmou que a mudança seria uma forma de garantir que as demandas dele sejam executadas pela Prefeitura. "Quem executa os trabalhos é a Prefeitura, não o vereador. A gente precisa executar serviços para a comunidade, a comunidade me cobra".
PL
Com cinco vereadores, o PL tem a segunda maior bancada da Câmara de São José, atrás apenas do PSD, que tem seis cadeiras. Na eleição de 2024, os dois partidos fizeram uma campanha agressiva até o segundo turno, quando Anderson derrotou o ex-prefeito Eduardo Cury (PL).
Oposição
Após a vitória de Anderson, o diretório municipal do PL anunciou que faria oposição ao governo. Cury, que é o presidente municipal do partido, foi procurado pela coluna nessa quarta-feira, mas não se manifestou sobre a possível migração de Lino e Chagas para a base aliada ao prefeito. O espaço segue aberto.
Forças
Após a eleição, com base na manifestação dos partidos, era esperado que a oposição tivesse 11 cadeiras e a base aliada ao prefeito tivesse 10. No entanto, outros dois vereadores mudaram para o lado governista já no início da legislatura: Renato Santiago (União) e Sidney Campos (PSDB) - esse último, inclusive, enfrenta processo disciplinar interno no PSDB.
Maioria
No primeiro semestre, a base aliada ao prefeito somava 12 votos, enquanto a oposição tinha nove. Caso a mudança de Lino e Chagas se confirme, o placar passará a ser de 14 a 7. Isso garantiria ao governo os votos necessários para aprovar até as propostas que demandam maioria qualificada (de dois terços das cadeiras, o que representa 14 votos) - como é o caso de alterações na Lei Orgânica do Município.