14 de dezembro de 2025
AVIAÇÃO

Ações da Embraer despencam com 'tarifaço' de Trump

São José dos Campos
| Tempo de leitura: 1 min
Da redação
Reprodução
Avião da Embraer

As medidas tarifárias anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já provocam impactos imediatos sobre empresas brasileiras. Um dos principais alvos foi a Embraer, cujas ações (EMBR3) registraram queda significativa de 3,62% nesta quarta-feira (9), sendo negociadas a R$ 78,21, logo após a confirmação da tarifa de 50% imposta sobre produtos do Brasil.

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A fabricante de aeronaves, que mantém forte presença no mercado americano, poderá mitigar parcialmente os efeitos da medida por conta de sua estrutura industrial nos próprios Estados Unidos. A Embraer possui unidades em Jacksonville, onde é montado o A-29 Super Tucano, e também em Melbourne, na Flórida, onde são produzidos os jatos executivos da linha Phenom.

Contudo, a produção dos jatos comerciais E175, muito utilizados pela aviação regional norte-americana, segue concentrada na planta de São José dos Campos. Essas aeronaves são diretamente impactadas pelas novas tarifas. A empresa aguarda agora os desdobramentos das decisões do governo norte-americano e possíveis tratativas diplomáticas entre os dois países.

Em declarações recentes, a Embraer destacou que, caso as tarifas sejam mantidas, os custos adicionais serão integralmente repassados às companhias aéreas compradoras.

O CEO da AerCap, Aengus Kelly, à frente da maior empresa de leasing de aeronaves do mundo, já havia alertado sobre os efeitos negativos da política tarifária adotada por Trump. Em entrevista a uma emissora americana, Kelly foi categórico: “Ninguém vai pagar isso. As companhias aéreas vão simplesmente recorrer à Airbus”.

Kelly ainda criticou o efeito dominó provocado pelas retaliações comerciais entre países, citando que aeronaves da americana Boeing, como o 787 Dreamliner, podem sofrer um acréscimo de até US$ 40 milhões (cerca de R$ 230 milhões) por unidade, no cenário mais adverso.