A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já recebeu mais de 1.200 relatos de reações adversas associadas ao uso da pasta de dente Colgate Total Prevenção Ativa Clean Mint até o fim de maio de 2025. O número impressiona: no início do ano, quando a comercialização foi inicialmente suspensa, apenas 13 notificações haviam sido registradas.
As queixas incluem ardência, inchaço, aftas, irritações na boca e, em casos mais severos, dificuldades para se alimentar e até falar. A venda da versão Clean Mint — uma reformulação do tradicional Colgate Total 12 — está proibida no Brasil por tempo indeterminado desde uma nova decisão da Anvisa no final de abril.
A venda foi interrompida pela primeira vez em 27 de março, após os primeiros relatos de reações adversas. Poucos dias depois, em 30 de março, a Colgate-Palmolive obteve uma liminar suspendendo a medida, permitindo a retomada temporária da comercialização.
Contudo, com o aumento expressivo dos casos, a Anvisa voltou atrás no final de abril, reestabelecendo a proibição. A medida permanece válida em todo o território nacional enquanto as investigações continuam.
A Colgate confirmou que a pasta passou por alterações na fórmula em julho de 2024. A principal modificação foi a substituição do fluoreto de sódio — tradicionalmente usado como agente anticárie — pelo fluoreto de estanho. Este último, embora também aprovado para uso odontológico, é apontado por especialistas como potencialmente mais irritativo em algumas formulações.
A empresa e a Anvisa apuram ainda a possível relação das reações com aromatizantes à base de óleos essenciais, conhecidos por seu alto potencial alergênico, além de corantes e outros aditivos usados para sabor e aparência.
Em nota, a Colgate declarou estar tratando cada caso individualmente e reafirmou seu comprometimento com a qualidade dos produtos:
“Seguimos em colaboração contínua com a Anvisa para o avanço das investigações técnicas sobre o creme dental Colgate Total Prevenção Ativa Clean Mint junto à agência. Reafirmamos ainda a segurança e qualidade do produto, o qual segue os rígidos padrões das agências regulatórias.”
A empresa reforça que reações de sensibilidade podem ocorrer em uma parcela pequena da população com determinados ingredientes. Nesses casos, a recomendação é interromper imediatamente o uso e buscar orientação médica, caso os sintomas persistam.
A Anvisa prossegue na análise dos componentes e ainda não confirmou quais ingredientes são os responsáveis diretos pelas reações. Até que se tenha segurança plena, a suspensão da venda está mantida como medida de precaução.