22 de dezembro de 2025
TRISTEZA

'Ela era um tesouro'; mãe faz relato emotivo sobre a filha

Por Leandro Vaz | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Da redação
Rerodução
Alice Modesto Rodrigues

A dor da perda ainda é recente, mas Tereza Cristina Modesto Vieira, mãe de Alice Modesto Rodrigues, de 19 anos, encontra forças para relembrar, com carinho e admiração, quem foi a jovem que teve sua vida interrompida de forma repentina na última sexta-feira (6), em São José dos Campos. Em um depoimento comovente, a mãe descreve Alice como uma filha dedicada, amorosa e cheia de sonhos.

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“Falar da minha filha é falar de amor. Ela era um doce de pessoa, leve, sorridente, super educada. Tinha um amor pelo próximo que era inexplicável. Se via um cachorro ou um morador de rua, queria ajudar. Alice era assim: carisma e gentileza em forma de gente”, relatou Tereza, emocionada.

A jovem, segundo a mãe, era vaidosa, apaixonada por música – do rap ao louvor –, gostava de estar em família e fazia questão de manter tradições como os jantares de quarta-feira na casa da avó. “Agora nada será como antes. Sempre vai estar faltando a Alice”, lamenta.

Alice tinha planos claros: conquistar seu espaço. Trabalhadora, tinha metas para 2025: tirar a habilitação, comprar seu próprio carro — um Honda Civic — e seguir crescendo. “Ela já tinha passado na prova teórica e estava pesquisando o carro. Tudo que ela queria, ela conseguia, porque era esforçada e determinada. Trabalhava, pagava tudo em dia. Era muito responsável com o que era dela.”

A mãe também falou sobre o jeito brincalhão e encantador da filha. “Alice tinha um jeito único, fazia perguntas aleatórias que nos faziam rir. Era feliz, cheirosa, linda, vaidosa. Um ser de luz. Quem conheceu a Alice sabe o quanto ela era doce, especial demais para este mundo”, disse, com a voz embargada. “Não é porque sou mãe, mas ela era um verdadeiro tesouro.”

O que aconteceu com Alice
Alice começou a apresentar sintomas gripais no último domingo (1º) — febre, tosse e dores no corpo. Procurou atendimento no Hospital da Vila Industrial, onde foi medicada e liberada. Mesmo ainda com dores, iniciou um novo emprego na terça-feira (3). Na quinta-feira (5), retornou ao hospital reclamando de falta de ar e dores no peito. Segundo a família, além da demora na realização de exames mais específicos, a jovem recebeu medicamentos contraindicados por causa de alergias previamente conhecidas.

Ainda debilitada, foi liberada mais uma vez, mas desmaiou na recepção do hospital. Exames apontaram queda de pressão e saturação, e só então ela foi transferida à emergência. Uma tomografia revelou um quadro grave de pneumonia com sangramento pulmonar. Intubada e em estado crítico, Alice sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.

O atestado de óbito indica que a jovem morreu por choque séptico, decorrente de síndrome inflamatória, insuficiência respiratória aguda e infecção aguda da via aérea.

A família contesta a conduta médica e alega negligência. Tereza Cristina afirma que os sintomas da filha foram minimizados e tratados com descaso. “Disseram que era frescura. Ela saiu do hospital para morrer ali mesmo. Queremos justiça.”

O velório de Alice foi realizado neste sábado (7), no Cemitério Parque das Flores, com sepultamento às 11h. A Secretaria de Saúde foi procurada pela reportagem, mas preferiu não se manifestar até o momento. A família deve formalizar denúncia e pede que o caso seja investigado.