Aos 26 anos, ela resolveu amputar uma das pernas.
Jessica Aparecida Cardoso Sacardo, hoje com 32 anos, enfrentou uma longa trajetória marcada por complicações médicas após uma queda doméstica, ocorrida quando tinha apenas quatro anos.
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O acidente resultou na fratura do fêmur — lesão comum na infância e, geralmente, de recuperação simples com repouso e fisioterapia. No caso dela, entretanto, a fratura comprometeu o crescimento ósseo, provocando uma diferença de aproximadamente dois centímetros entre as pernas.
Para tentar corrigir a assimetria, os pais de Jessica seguiram a orientação médica para realizar um procedimento de alongamento ósseo, mesmo ela estando ainda em fase de crescimento.
A técnica, que consiste em provocar uma microfratura e utilizar um fixador externo — conhecido como "gaiola" — para estimular o alongamento do osso, acabou agravando a situação.
Jessica permaneceu cerca de seis meses com o equipamento, mas o tratamento, ao invés de corrigir o problema, causou novas deformações. “Foi um erro médico. Minha perna começou a ficar bem torta”, relembra.
Aos nove anos, uma nova queda provocou outra fratura no fêmur, piorando ainda mais o quadro. Diante da gravidade, a família procurou outro especialista, que orientou interromper qualquer intervenção de alongamento, a fim de evitar prejuízos maiores à saúde da menina.
Na vida adulta, Jessica já convivia com uma diferença significativa de 24 centímetros entre as pernas. Para se adaptar, utilizava órteses e optava por roupas largas, numa tentativa de esconder a deficiência e evitar constrangimentos.
Em novembro de 2023, após quase três décadas enfrentando limitações físicas e emocionais, Jessica decidiu pela amputação da perna. A escolha representou, para ela, um encerramento do longo ciclo de sofrimento iniciado ainda na infância.