21 de dezembro de 2025
OVALE CAST

Sem anistia: 'Havia um golpe em curso', diz Marcelo Rubens Paiva

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 16 min
Reprodução
Marcelo Rubens Paiva durante a entrevista a OVALE

Em entrevista exclusiva ao OVALE Cast, o podcast de OVALE, o músico, escritor e dramaturgo Marcelo Rubens Paiva defendeu a prisão de quem participou da tentativa de golpe no Brasil. Para ele, que é autor do livro que gerou o filme ‘Ainda Estou Aqui’, premiado com o Oscar de melhor filme internacional em 2025, o Brasil corre o risco de cometer o mesmo erro que cometeu com relação à ditadura militar se aprovar a anistia.

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“Se você perdoar os que tentaram dar o golpe militar hoje, eles podem tentar de novo. Já cometemos esse erro no passado e será que vamos cometer de novo? Cada vez mais fica provado que tinha um golpe em andamento. A gente precisa condenar”, disse o escritor.

Marcelo Rubens Paiva faz show neste sábado (17) em São José dos Campos, às 20h no Teatro Colinas, com a sua banda Lost in Translation.

No bate-papo com OVALE, o escritor falou de música, família, política, ditadura, regulamentação das redes sociais e liberdade de expressão. Confirma a entrevista na íntegra.

 

Como é essa sua carreira na música?

Na verdade, quem se lembra [do livro] “Feliz Ano Velho” ou quem não leu, eu era músico quando eu sofri um acidente aos 20 anos de idade. Eu tocava violão clássico, amava e estava compondo, tocava em festivais, tocava na Unicamp, na USP, festivais da televisão, como o Festival da Cultura. A partir do momento em que eu comecei a escrever, de certa maneira, fui atropelado pela literatura, pelo teatro e fui deixando a música de lado e aquilo foi se apagando. Eu fui me esquecendo da teoria musical, perdi contato com os meus amigos, até a pandemia.

Sozinho em casa, com os meus filhos, acabei relaxando, comecei a tocar gaita, antes eu tocava violão, me aprimorei e aí encontrei alguns amigos com quem eu tocava antigamente, que também estavam se aposentando, também estavam querendo fazer coisas diferentes da vida e montamos uma banda.

E essa banda foi crescendo, primeiro começamos a tocar no barzinho, depois num lugar um pouco maior para até começar a tocar nas casas musicais de São Paulo, e sempre lotando. Tocamos no Bona, depois tocamos no Teatro da Moca, no Teatro Centro da Terra, tocamos no Blue Note em São Paulo e sempre lotando.

Fomos tocar no Blue Note no Rio de Janeiro, lotamos duas noites, tocamos ontem de novo no Bona também lotando, e aí resolvemos partir em turnê e vamos começar por São José dos Campos. Esse sábado agora no Teatro Colinas

 

Você tem um livro, “Os Meninos em Fúria”, que fala sobre o punk rock. Como é essa pegada da música de protesto para você?

Você vê que a minha paixão musical vem de longe, é bem intensa. Porque jovem é rock and roll. Minha geração veio do final da ditadura, pegou a ditadura. Então a gente sempre considerou a música como uma força de expressão dos nossos problemas pessoais e problemas globais. E então resolvi começar a tocar música pelo básico, que é o ganhador do prêmio Nobel de Literatura, senhor Bob Dylan.

E a partir daí comecei a traduzir as músicas, a traduzir outras músicas que também são influenciadas por Bob Dylan, como Pat Smith, como Neil Young, como Lou Reed e comecei a ver todo o movimento musical que é muito formado por essa mistura entre a poesia, o folk e o rock and roll. Como a poesia no rock transformou a música de uma forma radical. Passou a ser um instrumento de protesto, um instrumento de expor lições pessoais.

Incluí no nosso repertório também músicas brasileiras, como Tom Zé, como Erasmo Carlos, como o Sérgio Sampaio e coisas minhas também agora. Tem músicas pessoais minhas, que lembram muito dos meus tempos de jovem ou de momentos atuais, ou de crises de amor, enfim. É um show completo, um caleidoscópio.

 

A gente vê pouca gente levantando a mão contra o estado ou o contra o governo. O pessoal do rap levanta bastante a voz contra a opressão do negro, a opressão da periferia. Talvez seja hoje o grande gênero musical que consiga tocar em feridas sociais com mais profundidade do que era o rock and roll?

O pessoal do rap levanta bastante a voz contra opressão do negro, da periferia. Talvez seja o gênero musical que consiga tocar em feridas sociais com mais profundidade do que era o rock. Aliás, o Clemente Nascimento [Inocentes e Plebe Rude] ele trabalhou muito com o pessoal do hip-hop. Ele chegou a trabalhar na Prefeitura de São Paulo e montar festivais de hip-hop pelas periferias, ele que é o cara da periferia.

Eu acho que, enfim, tem a música sertaneja, a música mais acomodada, tem o pagode que também às vezes tem sambas bem fortes, bem politizados, mas de fato o rock não é mais aquele carro-chefe da cultura musical jovem. Sem dúvida o sertanejo e a música romântica. Talvez o funk também seja o número 1 nas paradas sociais do Brasil, mas é normal.

Acho que existem momentos da vida em que existe uma música mais alienante, uma música mais politizada, mas tomara que recupere um pouco até. Eu não imaginaria um sertanejo politizado, não sei como é que seria com o sertanejo defendendo a reforma agrária, por exemplo, ia ser bem curioso. Como tem o rock and roll gospel. O rock and roll que sempre foi considerado a música do demônio, tem o rock and roll gospel, podia ter o sertanejo do sem-terra, também do sem-teto. Tá aí uma dica.

 

A música tem um papel importante na sua vida?

A minha família foi uma família muito musical. A minha mãe era uma pessoa muito musical. Eu acho que dela que nasceu a minha paixão pela música também. Eu lembro que ela tinha grandes discos, ela tinha um bom gosto absurdo para uma pessoa que você olhava e achava que era apenas uma dona de casa. Ela tinha os discos de jazz, dos maiores músicos de jazz. E era ela mesmo que tinha, não era meu pai, não. Porque na fase em que ela ficou viúva, ela comprava muito disco bom, inclusive de música erudita, e eu começava a ouvir.

Isso é uma coisa muito importante para criança. Ter em casa, como eu tenho livros, as crianças ficarem mexendo, vendo e folheando, a minha mãe tinha livros e discos também. Então, para a criança ter a oportunidade de aprender através dos pais. E aí a minha paixão pela música veio disso, eu comecei a tocar violão clássico no começo. Eu tocava Villa-Lobos. Do violão clássico é que eu fui para o pop rock e toquei em festival, no Festival da Cultura, toquei na Unicamp, na USP, compunha, eu estava gravando disco quando eu sofri acidente e fiquei paraplégico.

Aí eu desisti, virei escritor e agora com a idade, um pouco depois de 17 livros, acabei de lançar um livro novo agora, chamado ‘O Novo Agora’, e aí falei: ‘Poxa, agora vou me dedicar integralmente à minha banda’.

 

E o rock reacionário, que defende militares e a ditadura? Como vê esse movimento?

Eu lembro que eu fui ver um show do Pink Floyd no Allianz Parque, aqui em São Paulo, quando começou o show, um cara acendeu um baseado. Aí, nossa, tinha umas pessoas ao redor criticando. Eu falei: ‘Nossa, mas é o Pink Floyd, né?’. Eu não fumo mais, não uso drogas há décadas, mas o Pink Floyd sempre foi o cara de você ouvir o som chapadão. Que tipo de gente acha que vem ver Pink Floyd? Exatamente esses caras. E quando entrou um telão atrás com os fascistas, com as caras de muitos fascistas, e uma delas era o Bolsonaro. E aí a metade da plateia vaiava, a metade aplaudia e ficava aquela confusão e gritaria. E eu falava assim: ‘Nossa, gente, que engraçado. Antigamente, quando aparecia, todo mundo curtia’. Agora está essa bipolaridade também dentro do Pink Floyd.

Eu acho que acontece de você ter roqueiros que são mais reacionários, que não acreditam na ditadura. O Lobão foi muito ligado ao Olavo de Carvalho, que é o papa da extrema direita radical brasileira. Não só Lobão como outros. E eu acho que na época me surpreendia muito, mas enfim, é do ser humano. Pode ser que o Lobão tenha se arrependido ou não, não sei, eu não tenho acompanhado mais. Porém, acontecem essas contradições, fazem parte, esses paradoxos fazem parte da existência humana. Às vezes é um estilo musical conservador com uma letra revolucionária, como é o caso do Bob Dylan no folk. Às vezes é um estilo de rock revolucionário com a letra conservadora, como é o caso desses fatos, desses roqueiros mais caretões.

 

Como viu a confusão com a banda Ira sobre o lance de “sem anistia”?

Pois é, as pessoas agora o grito é sem anistia. Aí tem gente que reclama, tem gente que apoia. Teve a confusão lá com a banda Ira, em Santa Catarina, que o Nasi falou sobre sem anistia. A história do Ira é essa, as pessoas estavam pensado o quê? Eles super ligados ao PT, super ligados aos movimentos de esquerda. Vocês acham o quê? Que o Nasi ia falar: ‘Não, perdoem Bolsonaro’? Jamais, né? Mas tem banda que fala e tudo bem, deixa falar. É uma democracia.

 

E como você vê essa questão da anistia?

Eu acho que a anistia hoje ela está muito focada no fortalecimento da nossa democracia. Porque é só você olhar a história e é isso que todo mundo tem feito. Quem deu o golpe de 1964, que era um estado de direito democrático, um presidente eleito para assumir, com as instituições funcionando normalmente, não tinha ameaça nenhuma contra a democracia brasileira. Quem deu o golpe de 64 eram pessoas que estavam tentando dar um golpe desde o Juscelino Kubitschek, 10 anos antes, o general [Euclides] Bornier, os conspiradores profissionais, a família Geisel, estavam lá tentando. Eles davam golpe, eram reprimidos, eram exilados do Brasil e perdoados, voltavam, tentavam dar um golpe de novo, eram reprimidos, eram exilados, eram perdoados, até que em 1964 deram um golpe com tudo.

E aí foram 21 anos de inferno, de ditadura feroz que perseguiu diretor de teatro, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Raul Seixas, todo mundo teve que ir para o exílio. Todo mundo teve que se mandar. Até o Tom Jobim teve que se mandar, cineastas, jornalistas, estudantes, arquitetos, enfim. Foi uma catástrofe para o Brasil.

Agora acontece a mesma coisa, quer dizer, se você perdoar quem tentou dar um golpe militar hoje, pode tentar daqui a pouco de novo. Está na ativa. Então, a questão é que já cometemos esse erro no passado. Será que a gente vai cometer de novo? Será que a gente não preserva a democracia? O que diz a Constituição? Atentar contra o Estado de Direito é crime, então que sejam julgados. E ali cada dia mais fica provado de que tinha um golpe em andamento. Agora mesmo saiu a declaração do policial federal que estava armando o assassinato do presidente Lula, do Alckmin e do Xandão [Alexandre de Moraes].

Saiu o vazamento das conversas que ele tinha com outros policiais, chamando os militares que não apoiavam o golpe de traidores. Enfim, era um algo muito bem articulado e que a gente precisa condenar. Imagina se esse cara é anistiado. Ele pode daqui a 6 meses dar um golpe, tentar dar um golpe de novo. A gente quer a democracia forte ou sempre viver sob ameaça de um golpe de estado?

 

A democracia está ameaçada hoje ainda?

Não, eu acho que hoje não, acho que não. A democracia americana sim, a nossa não. Ironicamente, é a democracia americana que está ameaçada, já está sendo atacada. A nossa, a gente tem um Supremo [Tribunal Federal] independente, forte, organizado, tem um Exército que é legalista, que quer cumprir a Constituição, tem um Congresso funcionando normalmente, tem um presidente eleito pelo voto numa urna eletrônica que é inviolável, quer dizer, não tem ameaça nenhuma à democracia não, a imprensa livre. Eu acho que tivemos, mas agora não. Então é bom fortalecer melhor essa democracia que a gente tem.

 

Marcelo, aqui com a população de São José dos Campos e Taubaté, a maioria da população, 52% dos eleitores, são a favor da anistia. Isso mostra a gente tem uma narrativa nas novas formas de comunicação, que de certa maneira é uma narrativa eficiente, que ela convence muita gente. Como você vê o poder desse tipo de narrativa que convence tanta gente?

Olha, se você olhar bem, quer dizer, o Congresso é um Congresso muito conservador, o Brasil tem uma ala conservadora muito forte, mas as pesquisas nacionais indicavam que a grande maioria era contra a anistia, inclusive ontem saiu uma pesquisa que os militares, a maioria dos militares, são contra a anistia, dos generais. Então, não sei como funcionou essa pesquisa em São José dos Campos, mas provavelmente, de fato, não é uma cidade que está em sintonia com o resto do país em relação à anistia, porque, acho que era 70% contra a anistia. Pode ser que alguma coisa tenha modificado esse humor do pessoal aí do Vale do Paraíba. Não sei se é porque tem muitos militares. Não sei qual é a lógica regional, mas não é uma pesquisa que condiz com o que está acontecendo no Brasil todo, onde a anistia é condenada.

O que causou muita estupefação foi o fato de ter um caso isolado aqui e ali. Que o meu celular chama de popcorn, o ice cream, de estarem presos. Mas isso é uma interpretação da lei. Eles fizeram parte ou não de um complô. Por que eles foram condenados? Aí pode ser que seja de fato algo questionável. Mas a cúpula daqueles que tentaram o golpe, tem que ser condenada, não tem não tem conversa.

 

Você trata do Bolsonaro e da extrema direita em seu novo livro, “O Novo Agora”?

“O Novo Agora” é a atualização do “Ainda Estou Aqui”. É a continuidade. É exatamente quando entra o Bolsonaro na nossa vida, a pandemia e a minha mãe com Alzheimer e eu tendo filho. Como é que a gente lidou com tudo isso.

 

E como vocês lidaram com o Bolsonaro, que era inimigo do seu pai?

É, foi uma triste coincidência porque o Bolsonaro ele se formou na terra do Vale do Ribeira. E meu avô, que era uma pessoa inclusive muito reacionária, Jaime Paiva, tinha fazenda lá. E ele achou que tinha uma relação entre o meu pai e Eldorado Paulista, misturado com a guerrilha do Vale do Ribeira que ocorreu em 69 que foi ali perto. Só que meu pai não tinha fazenda lá. A gente morava no Rio de Janeiro e meu pai ia muito pouco a essa fazenda. Ele fez certa confusão em relação a meus tios, meus primos, eu, ele fala de mim também quando eu nem frequentava a fazenda.

Ele reinterpretou a história, o que foi muito comum naquele período, a chamada narrativa. Você vê muita gente aí agora da extrema direita reinterpretando a história. Ele falava o tempo todo do meu pai, como se o meu pai fosse um homem da guerrilha, um homem ligado ao Lamarca. Meu pai não tinha nada a ver com a guerrilha, meu pai era até contra a luta armada. Meu pai ele nem era comunista, ele era trabalhista. Enfim, faz parte um pouco da confusão ideológica que a gente tem vivido ultimamente.

 

O filme “Ainda Estou Aqui” mostra que a ditadura brasileira foi capaz de atingir pessoas comuns, o que muita gente nem sabe. O filme acerta muito nisso, de mostrar o impacto dessa violência naquela família. Qual a importância de um filme como esse neste momento em que a gente ainda, de forma absurda, tem muita gente com uma nostalgia desse tempo tão cruel da história do Brasil?

É exatamente como você apontou. A nossa ideia sempre foi fazer um filme que abordasse uma família, uma família como outra qualquer. Mostrar que a ditadura, ela não foi é uma guerra. Ela foi uma perseguição generalizada contra a inteligência brasileira, contra os adversários, os militares, mas também contra o ensino. O Paulo Freire foi criminalizado, o maior intelectual brasileiro, o Paulo Freire que inspirou os americanos a fazer a reforma educacional do serviço público, super estudado nos Estados Unidos. O teatro, o cinema, cinemas proibidos, quem é que tem medo de um filme, né?

Músicas, quantos livros [censurados]? Os Inocentes tiveram um disco inteiro censurado. Titãs, Blitz, tanta gente, escritores como Ruben Fonseca. Eu acho que a ditadura foi muito mais ampla do que apenas um movimento da Guerra Fria. Ela foi, de fato, um grupo organizado que queria o poder, que tirou todos os civis da frente e manteve privilégios e a corrupção durante décadas. Até mais de duas décadas.

 

A torcida pelo Oscar do filme “Ainda Estou Aqui” foi um dos poucos consensos que a gente teve no país, uma torcida no país como a gente não via nesse país dividido. Você acha que tem futuro o Brasil se não voltar a ter consenso? O que a gente pode esperar como nação?

Sempre tem, sempre tem. Eu espero que a razão predomine. Porque ainda estamos em momentos muito instáveis, emocionalmente falando. Você vê uma muita mentira rolando nas redes sociais. Você vê aquele deputado mineiro fazendo vídeos para milhões de pessoas falando coisas que não foram feitas. Você vê a mentira como um instrumento de doutrinação, porque as pessoas falam fake news, mas não é fake news, é mentira mesmo, né?

Vamos ver como é que encontram elementos para coibir esse tipo de postagens que desinformam muito mais do que informam. E as pessoas hoje em dia, elas se informam muito mais pelas redes sociais do que pelos canais corretos de comunicação. Então, vamos ver o que vai acontecer.

 

Você é a favor da regulamentação das redes, Marcelo?

Mas tem que regulamentar, o mundo todo é regulamentado, por que no Brasil não é? O mundo todo, na Europa é super-regulamentado, tem multas pesadas, até nos Estados Unidos, não tem TikTok nos Estados Unidos. É super-regulamentado. Só no Brasil que vale tudo, não tem por que não regulamentar. Você tem que regulamentar. É uma máquina de fazer dinheiro e de fazer mentiras.

Não é que eu sou a favor. Qual é a atividade econômica brasileira que não é regulamentada? Só as redes sociais, que é inclusive aonde estão os mais ricos do planeta, Elon Musk, [Mark] Zuckerberg, [Jeff] Bezos. Então assim, não é que eu sou a favor é que tem que regulamentar. É como você perguntar: ‘Você é a favor de regulamentação da pesca?’. Lógico. Vão pescar em região que não pode pescar? Você é a favor da regulamentação do automóvel? Claro, você vai vender carro que não tem airbag.

Eu acho que é mais uma histeria que existe de você achar que não pode regulamentar a rede social porque vai atentar contra a liberdade de expressão. É o contrário. Não regulamentando, é que está atentando contra a liberdade de expressão, porque só vem mentira, maluquice. As fake news. Na Europa isso não existe mais, quer dizer, hoje em dia existem multas pesadíssimas no Twitter, no Facebook, nas redes sociais, porque eles tiveram um trauma do Brexit. Que desmembrou a Europa por conta de uma grande difamação feita por hackers russos. Então, eu acho que sim, sou a favor, sim.

 

Você começa a turnê pelo Vale do Paraíba. Qual sua ligação com a região?

Fora do eixo Rio-São Paulo, vamos começar a turnê por São José dos Campos, que sempre foi uma praça muito quente, muito calorosa para quem trabalha no teatro. Eu amo o Vale do Paraíba. Eu já estive aí em quase todos os cantos. Até quase morei em Guaratinguetá. Eu fiz vestibular e entrei na Unesp, mas depois acabei entrando na Unicamp. A engenharia da Unesp é em Guaratinguetá. Conheço tudo aí.