Antes de mandar um bilhete para a escola por meio do filho de 5 anos, pedindo ajuda contra as agressões do companheiro, a mulher levou uma “surra de bambu” do homem no Vale do Paraíba.
Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp.
A Polícia Civil de Cachoeira Paulista prendeu em flagrante delito o homem de 26 anos acusado de manter a companheira em cárcere privado, além de agredi-la com uma vara de bambu, puxar seus cabelos e fazer ameaças de morte.
O caso veio à tona após a vítima esconder um bilhete dentro do caderno do filho de 5 anos, que estuda em escola de Cruzeiro. O bilhete foi entregue à diretora da unidade, que levou imediatamente o conteúdo à Polícia Civil. No texto, a mulher pedia “socorro urgente” e dizia temer pela vida dela e dos filhos.
Segundo o boletim de ocorrência, a vítima relatou que vivia sob constante vigilância, sem direito de sair de casa sozinha ou usar telefone celular. Qualquer tentativa de contar a alguém sobre as agressões resultava em novas ameaças.
Ela contou ainda que, no dia 1º de maio desse ano, recebeu uma “surra com vara de bambu” do companheiro. Em outra ocasião recente, foi empurrada para dentro do carro da família, onde ele arrancou um tufo de seus cabelos – que ainda estava no interior do veículo no momento da diligência policial.
Após receber o alerta da escola, os policiais civis tentaram localizar a residência da mulher, que fica em um sítio no bairro Sapê, às margens da rodovia Presidente Dutra, zona rural de Cruzeiro. A localização só foi possível com o auxílio do motorista da van escolar que transportava o menino.
No local, a mulher foi encontrada com marcas nos braços e confirmou todas as agressões. Ela apresentou ainda um segundo bilhete, escrito com a intenção de entregar à irmã, mas que não conseguiu enviar por estar constantemente vigiada.
Durante o atendimento da ocorrência, o agressor confessou em vídeo que havia agredido a companheira ao menos uma vez. Posteriormente, no interrogatório formal, ele negou parte dos fatos, mas confirmou ter cometido uma agressão.
Diante da gravidade e da coerência dos relatos da vítima, da diretora da escola e das provas materiais, a prisão em flagrante foi determinada. O homem foi submetido a exame de corpo de delito e encaminhado à Cadeia Pública de Lorena, onde aguardará audiência de custódia.
Após o exame de corpo de delito, a vítima foi conduzida pelos policiais à casa de familiares em Silveiras, em local seguro. Ela foi orientada sobre os direitos previstos na Lei Maria da Penha, incluindo o acesso à rede de apoio e as medidas protetivas cabíveis.