24 de dezembro de 2025
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Golpes causam perdas de R$ 100 bi em hospedagem e alimentação

Por Da redação | São Paulo
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Entre os golpes mais comuns estão o da falsa hospedagem

Fraudes e golpes provocaram perdas de R$ 100 bilhões nos setores de hospedagem e de alimentação no Brasil em 2024, segundo estimativa da Fhoresp (Federação dos Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo).

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Somente no estado de São Paulo, o rombo chega a R$ 25 bilhões de prejuízos decorrentes destes crimes, que lesam consumidores e o setor privado e impactam os cofres públicos, por força de sonegação. Não há números regionais na pesquisa.

A entidade recomenda ações preventivas, a fim de garantir maior proteção nas relações de consumo e evitar o avanço de táticas fraudulentas.

Representando 500 mil estabelecimentos no estado de São Paulo, a Fhoresp mapeou o dano econômico sobre hotéis, restaurantes, bares e padarias, via estelionato, no ano passado.

Entre os golpes mais comuns estão o da falsa hospedagem: o consumidor compra diárias para se hospedar, mas, ao fazer o check-in, descobre que não há reserva alguma. Casos deste tipo geraram um rombo de R$ 2,4 bilhões no país somente em 2024.

O diretor-executivo da entidade, Edson Pinto, faz um alerta: “Agências de viagens não autorizadas vendem diárias de hotel sem confirmação, ou garantia de disponibilidade, e não contam isso para o consumidor. O maior exemplo é a 123 Milhas, que, em 2023, deixou milhares de clientes e de fornecedores sem receber. Na época, um prejuízo calculado em mais de R$ 135 milhões somente no estado de São Paulo”, disse.

Golpes.

Situação semelhante acontece com a contratação de bufês, que somem sem prestar o serviço ou não recebem o pagamento. O prejuízo deixado em 2024 beira os R$ 90 milhões no país e R$ 15 milhões no estado paulista.

Também chamam a atenção os golpes virtuais, com R$ 135 milhões em perdas aos brasileiros. O diretor-executivo da Fhoresp explica que fraudes tecnológicas, inclusive, são as mais difíceis de serem identificadas, e cita o falso QR Code.

“Golpistas adulteram o QR-Code, para que o cliente faça o pagamento numa outra conta, ou para que consigam instalar aplicativos e, assim, subtrair dados da vítima ou terem acesso a banco, senhas etc. O mesmo golpe utiliza o sistema de wi-fi. Por isso, é importante que se faça conexão apenas em rede confiável”, afirmou Edson Pinto.

Bebidas alcoólicas adulteradas também causaram prejuízos expressivos no Brasil, em 2024. A Fhoresp estima que 36% do volume total do produto comercializado no país é falsificado, adulterado ou contrabandeado, gerando perda fiscal de R$ 85,2 bilhões. No estado de São Paulo, a sonegação bate os R$ 23 bilhões.

Contrabando e produção clandestina de cigarros preocupam igualmente. Em território nacional, os cofres públicos já perderam arrecadação estimada em R$ 9 bilhões e no estado de São Paulo, R$ 1,65 bilhão.

Ações preventivas.

A Fhoresp acredita que em 2025 os danos com golpes e fraudes devem se manter em patamar elevado. A entidade lamenta que não haja no Brasil um sistema maior de proteção para clientes e empresas.

Entre as alternativas apontadas para combater este tipo de delito está a criação de um Cadastro de Fraudadores, com interligação entre órgãos de fiscalização, como as Polícias Federal e Civil e o Ministério Público.

Outras propostas abarcam o uso de tecnologia, a fim de garantir maior segurança dos contratos e a aquisição de seguros contra a inadimplência e golpes.

“Se não tivermos em nosso país uma regulação mais forte e ações integradas e preventivas, o prejuízo vai ficar sempre no bolso dos clientes e na conta das empresas. Precisamos estabelecer um sistema maior de proteção nas relações entre consumidores e fornecedores”, completou Edson Pinto.