Os trabalhadores da unidade da Embraer, em São José dos Campos, aprovaram, nesta terça-feira (29), um aviso de greve em protesto contra a fórmula de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) adotada pela empresa. A decisão foi tomada durante assembleias realizadas ao longo do dia e visa pressionar a abertura de um processo formal de negociação.
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Atualmente, a Embraer estipula um pagamento de PLR limitado a até 125% do salário do empregado. O modelo é estabelecido de forma unilateral pela empresa, por meio de uma comissão ligada ao Departamento de Recursos Humanos, sem a participação do Sindicato dos Metalúrgicos, entidade que representa oficialmente os trabalhadores.
Segundo o Sindicato, apesar dos resultados financeiros expressivos registrados pela companhia — com receita de R$ 35,4 bilhões em 2024, um aumento de 700% no lucro em relação ao ano anterior —, os valores destinados à PLR são considerados desproporcionais em relação ao desempenho alcançado.
“A Embraer não reconhece de forma justa o esforço de seus trabalhadores, que foram fundamentais para a obtenção dos melhores resultados da história da empresa. Mesmo batendo todas as metas, receberemos apenas 125% do salário como PLR”, disse Robson Peres de Araújo, o Corotinho, diretor do Sindicato e funcionário da Embraer.
Herbert Claros, diretor sindical e metalúrgico da empresa, disse que a destinação de apenas 2% da receita de 2024 seria suficiente para garantir cerca de R$ 35 mil de PLR para cada trabalhador. “O Sindicato seguirá pressionando por uma negociação que assegure valores condizentes com os lucros obtidos. Enquanto isso, a categoria permanece mobilizada em estado de greve”, reforçou.
A Embraer divulgou nota sobre o assunto: "O pagamento da PLR segue o acordo celebrado com a Comissão de PLR, conforme legislação. A PLR vem sendo incrementada anualmente, acumulando um aumento de 278% nos últimos cinco anos".