Rua Alfredo Telles Peixoto, Esplanada Santa Terezinha, Taubaté.
Em uma casa desta rua, o estado paralelo do crime organizado desafia o Estado e é quem dá as cartas. Na RMVale, região mais violenta de São Paulo, o tráfico de drogas expulsou uma idosa de sua própria casa e ocupou o imóvel, transformando-o em uma 'biqueira' (ponto de venda de entorpecentes).
O caso está sendo revelado por OVALE, com exclusividade. Ousados, os criminosos chegam a postar imagens nas redes sociais.
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A casa, na antiga rua D, perto de uma unidade policial, está completamente ocupada pelo tráfico. "Estão tirando moradores para fazer biqueiras", afirmou uma fonte do bairro.
O drama começou em 2024, quando traficantes passaram a andar pelo telhado da casa, onde escondiam e vendiam entorpecentes. Com medo, a idosa decidiu alugar o imóvel. O inquilino, porém, deixou a casa em janeiro deste ano, e aí a casa foi ocupada de vez. Se tornou o lar, nada doce lar, do tráfico.
A porta foi arrancada, o imóvel depredado e os criminosos se instalaram no antigo lar da família, convertendo-o em um ponto de tráfico. Antes avaliada em R$ 130 mil, o imóvel não consegue ser vendido nem por R$ 60 mil. A dona da casa não tem para onde ir.
Em 2024, de acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo, o combate ao tráfico de drogas em Taubaté teve queda de 22,2%, na comparação com o ano anterior. Segundo a estatística oficial, foram registradas 280 ocorrências de tráfico em 2024, contra 360 em 2023.
Capital da violência em São Paulo, a RMVale concentra 8 das 11 cidades com a maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes no estado. O levantamento foi feito por OVALE, com base em dados oficiais da SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo, referentes ao ano de 2024. Na RMVale, que desde 2010 ocupa o topo do pódio da violência em São Paulo, a taxa é de 11,71 -- mais do que o dobro da capital.
O 'top 5' do ranking é formado por Cruzeiro (1º lugar/30,68 vítimas de homicídio por 100 mil habitantes), Guaratinguetá (2º/25,41), Lorena (3º/23,57), Caraguatatuba (4º/22,24) e Pindamonhangaba (5º/19,95). Em São Paulo, a média é de 5,9 vítimas de homicídio por 100 mil habitantes. Na capital, a taxa é de 4,36. Já na Grande SP, é 5,22, enquanto no interior sobe para 6,92.