O ciclo eleitoral se encerrou com a diplomação dos eleitos na Cidade Judiciária, mas o cenário político segue agitado com especulações sobre os nomes que poderão compor o governo Dário II. Na Câmara de Campinas, três figuras têm sido mencionadas como possíveis integrantes do alto escalão a partir de 1º de janeiro: Roberto Alves (Republicanos), Luiz Cirilo (Podemos) e Jorge Schneider (PL).
Até agora, tudo não passa de rumores, mas cada um desses nomes tem suas cartas para negociar. Começando pelo ex-deputado Roberto Alves, uma figura influente dentro do Republicanos em Campinas, que retorna à Câmara Municipal com forte apoio da Igreja Universal. Alves articulou sua volta ao legislativo municipal com a "desistência" de Fernando Mendes à reeleição. Seu interesse maior, no entanto, é voltar a um mandato no Congresso em 2026. Uma posição no secretariado poderia aumentar sua visibilidade, reforçar ainda mais o espaço do Republicanos na administração municipal e abrir caminho para que o suplente Miltinho assuma como vereador.
Já Luiz Cirilo traz à mesa o peso do crescimento do Podemos, que contará com três vereadores na próxima legislatura. Em comparação, o partido terá o mesmo número de cadeiras que o PT, principal sigla de oposição a Dário Saadi. Experiente e articulado, Cirilo almejava a presidência da Câmara, mas o Quarto Andar já definiu seu apoio à reeleição de Luiz Rossini (Republicanos). Uma vaga no secretariado seria uma alternativa para consolidar o apoio do Podemos ao governo e selar a eleição de Rossini à presidência.
No caso de Jorge Schneider, o cenário é um pouco diferente. O veterano vereador decidiu não disputar a reeleição pela primeira vez em anos, abrindo espaço para o filho, Nick Schneider, que conquistou uma expressiva votação com 7.993 votos, sendo o quinto mais votado em outubro. O sucesso do projeto eleitoral da família Schneider ajudou também a fortalecer o PL, que agora possui a mesma representatividade no legislativo que o Republicanos e o PSB, partido do vice-prefeito Wandão. Com essa força política, Schneider pode estar de saída do legislativo para ocupar um cargo no Executivo no próximo mandato.
Apesar das especulações, as confirmações só virão com o anúncio oficial do secretariado, prometido pelo prefeito Dário Saadi antes do Natal.
Uma cena inusitada chamou a atenção na cerimônia de diplomação dos eleitos, realizada na última quinta-feira, na Cidade Judiciária. O juiz Luiz Antônio Alves Torrano protagonizou uma espécie de "pegadinha" durante a entrega do diploma ao vereador reeleito Nelson Hossri (PSD).
No momento de chamar Hossri para receber o documento, Torrano convidou a vereadora Mariana Conti (PSOL) para realizar a entrega. A situação surpreendeu a plateia, gerou alegria para alguns e evidente constrangimento para ambos os envolvidos, especialmente para o parlamentar de direita.
O juiz fez questão de declarar que sabia exatamente o que estava fazendo, transformando o momento em uma espécie de "trollagem" com tom pacífico e bem-humorado. Se os dois envolvidos apreciaram a situação, é algo extremamente questionável, mas o auditório certamente adorou.