27 de dezembro de 2024
POLÍTICA

Flávio Paradella: A ofensiva por espaços no governo Dário II

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/Redes Sociais
Maurício Neves, vice-presidente nacional e presidente estadual do Partido Progressistas (PP), esteve reunido com Dário Saadi

O acordo entre os partidos aliados está sendo conduzido por um núcleo estratégico que envolve diretamente o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), e seu vice, Wanderley de Almeida, o Wandão (PSB), reconhecido como o principal articulador político do Quarto Andar. As negociações estão sendo tratadas com extrema discrição, e poucas informações têm sido compartilhadas até mesmo com pessoas próximas aos dois líderes, que mantêm o futuro do primeiro escalão sob sigilo absoluto.

No entanto, algumas movimentações começam a escapar desse controle rigoroso, como a recente visita do deputado federal Maurício Neves, vice-presidente nacional e presidente estadual do Partido Progressistas (PP), ao gabinete de Dário Saadi. A reunião, mencionada em coluna anterior, reforça os rumores de que o PP pode ampliar sua participação na administração municipal. Atualmente, a legenda está representada no primeiro escalão por Marcelo Coluccini, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano.

Segundo interlocutores próximos ao Palácio dos Jequitibás, o PP tem grandes chances de assumir a Secretaria de Transportes, atualmente ocupada por Fernando de Caires, que era da cota do União Brasil. Embora a presidência da EMDEC não tenha sido mencionada, é comum que as duas posições sejam ocupadas por representantes do mesmo grupo político, como ocorre hoje. Essa possibilidade ganha força diante do enfraquecimento do União Brasil em Campinas, especialmente após a eleição. O partido, que perdeu influência local, agora está sob o comando do adversário de Dário, Rafa Zimbaldi, presidente do União Brasil em Campinas, mas ainda filiado ao Cidadania.

A manutenção de Caires e do presidente da EMDEC, Vinícius Riverette, ambos ligado ao antigo União Brasil, parece improvável, já que o partido perdeu espaço político e enfrenta o interesse de outras siglas por esses importantes postos no governo municipal. Nesse cenário, a probabilidade de o PP assumir o comando dessa área ganha força.

Outro cargo que pode sofrer mudanças é a presidência da Ceasa-Campinas, atualmente ocupada por Valter Greve, também ligado ao antigo União Brasil. Além da fragilidade política do partido, é válido lembrar que, durante a gestão de Jonas Donizette, a Ceasa esteve sob influência de aliados próximos ao deputado federal Carlos Sampaio (PSD), que apoiou a reeleição de Dário Saadi e agora pode exercer influência sobre o destino da autarquia.

Com menos de três semanas para o início do novo mandato, começam a surgir os primeiros indícios sobre como será formada a equipe de governo para os próximos quatro anos.

Enquanto isso...

Cotados para deixar seus cargos, Vinícius Riverete e Fernando de Caires conduziram a primeira audiência pública para a retomada do processo de construção de um novo edital para o transporte público em Campinas.

A reunião contou com a presença de 119 pessoas, incluindo autoridades, representantes de classe, operadores do sistema de transporte público e moradores. O encontro aconteceu nesta segunda-feira, no Salão Vermelho, no Paço Municipal.

É importante lembrar que esta é uma nova tentativa da prefeitura, após o fracasso registrado no ano passado. Em setembro de 2023, a sessão de abertura dos envelopes com propostas do edital anterior foi declarada deserta, já que nenhuma empresa apresentou oferta.

646

Além do orçamento geral, os vereadores de Campinas aprovaram 646 Emendas Impositivas (EIs), que somam R$ 105,2 milhões. Cada vereador tem o direito a R$ 3,188 milhões para destinar a projetos específicos, sendo que metade do valor é obrigatoriamente voltada à Saúde Pública. Seiscentas e quarenta e seis.