27 de novembro de 2024
FÉ NA VIDA

Grávida sobrevive a acidente com 18 mortes e dá à luz: Livramento

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação / HRM
Jacqueline Nunes e Kaylan

Uma das sobreviventes do acidente com um ônibus que subia a Serra da Barriga, em União dos Palmares (AL), Jacqueline Nunes da Silva, 33 anos, deu à luz Kaylan Vinicius Nunes da Silva. Ela estava grávida de 8 meses e, logo após ser resgatada por equipe de socorro, foi levada ao HRM (Hospital Regional da Mata), onde o parto foi realizado. A história foi revelada pelo portal UOL.

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“Eu realmente só tenho a agradecer por esse livramento, por Deus ter me dado a vida, a mim e meu filho. Mas ao mesmo tempo lamento muito, porque perdi muitos conhecidos na tragédia”, disse Jacqueline.

Nesta terça-feira (26), ela e o bebê tiveram alta e deixaram a unidade hospitalar estadual do SUS no município onde ocorreu o acidente. Até ontem à tarde, outras 15 vítimas ainda permaneciam internadas.

Jacqueline é dona de casa, mora em União dos Palmares e tem outros dois filhos. Ela conta que decidiu subir a serra porque haveria um luau. "Queria ir para passar o tempo e descansar a mente", lembrou.

Naquela tarde, dois ônibus contratados pela prefeitura saíram do centro da cidade com destino ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares. Ela pegou o segundo veículo e tudo correu bem até a chegada ao topo da serra, onde fica o parque.

"Quando o ônibus chegou lá em cima, ele começou a dar ré. Falaram que era porque a entrada do parque era muito pequena e não cabia para ele entrar. Ele foi descendo e na penúltima ladeira, o ônibus desligou".

Nesse momento, ela lembra que viu o motorista nervoso e ouviu um pedido para os passageiros descessem porque havia problemas.

"Avisaram que uma bomba [peça do veículo] tinha estourado, mas só deu tempo [de] uma pessoa [passar]. O ônibus começou a descer, com o motorista tentando desviar da ribanceira. Eu estava no fundo, e quando a gente percebeu, o ônibus estava virando", relatou.

A partir daí, Jacqueline lembra que o ônibus começou a capotar várias vezes. "Eu me segurei. A sorte que tive é que a porta que estava abriu e eu fui lançada. Acabei ficando no 'meio do caminho', e o ônibus desceu [a ribanceira]. Eu escorreguei e me segurei em uma árvore. Não tinha cinto de segurança no ônibus", disse.

Após isso, ela conta que recebeu apoio de populares e ficou esperando o resgate, até que foi levada de ambulância ao hospital. Com a gestação avançada, ela lembra que após o acidente, sentiu medo porque o bebê ficou sem se mexer. "Eu bati a barriga e ele só voltou a mexer já no hospital", contou.

“Logo que cheguei fizeram exame para escutar o coração dele, e a obstetra de plantão viu que o coração dele estava acelerado demais. Foi aí que decidiram fazer o parto, e o Kaylan nasceu”, afirmou ela.

O parto foi necessário para salvar a vida de Kaylan, segundo o cirurgião Jhonat Silva, do HRM. "Após o trauma, normalmente tende a aumentar os batimentos cardíacos da criança e da mãe; e batimentos cardíacos elevados da criança é sinal de risco. Então, o pessoal da equipe obstétrica optou para fazer uma cesárea de emergência", disse. O bebê nasceu com 2,5 kg e 43 centímetros.

* Com informações do portal UOL