O segundo turno das eleições municipais em São José dos Campos coloca os dois candidatos na disputa pelo voto bolsonarista, principal força política na maior cidade do Vale do Paraíba.
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O flerte com as ideias defendidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) levou o ex-deputado federal e ex-prefeito Eduardo Cury (PL) e o prefeito Anderson Farias (PSD), que tentam o Paço Municipal, a declarar simpatia pelo voto impresso, pauta cara aos militantes bolsonaristas.
Contudo, ambos estão na cidade em que a urna eletrônica foi criada, em 1995, quando o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) montou uma comissão técnica em São José, com especialistas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e do então CTA (Centro Técnico Aeroespacial) – hoje DCTA – para o desenvolvimento do projeto.
A equipe contou com desembargadores, juristas e quatro engenheiros do Inpe e um do CTA. Eles foram fundamentais para criar o chamado “coletor eletrônico de voto", a urna eletrônica como conhecemos hoje.
“É um contrassenso sem tamanho que os candidatos de São José dos Campos, terra em que a urna eletrônica foi criada, sejam simpáticos ao voto impresso. Eles já disputaram e ganharam eleições com a urna. Isso acontece pela busca do voto da direita e da extrema direita”, disse a cientista social e política Dora Soares.
O tema apareceu na campanha eleitoral de São José justamente para agradar eleitores bolsonaristas. Anderson e Cury já chegaram a falar sobre o assunto, que divide opiniões.
Em 2021, quando era deputado federal pelo PSDB, Cury votou contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do Voto Impresso. Na época, após sofrer ataques, ele justificou a posição nas redes sociais, dizendo que “sempre foi favorável ao voto auditável” “Defendo a modernização do nosso sistema eleitoral e não é regredindo que chegaremos lá”, disse ele na ocasião.
Recentemente, durante passagem de Bolsonaro por São José, em carreata com Cury, militantes bolsonaristas criticaram o ex-prefeito com uma faixa que dizia que Cury não era a favor do voto impresso.
Por sua vez, Anderson tem dito que é mais conservador nos costumes do que Cury e que não vê problema em ser apontado como bolsonarista, o que inclui a questão do voto impresso.
“Eu não mudei e continuo sendo a mesma pessoa. Eu me aproximo do Bolsonaro pelas questões de valores, os quais eu defendo”, disse Anderson em entrevista a OVALE.