Começou nesta sexta-feira (18) a pintura de uma obra artística em um muro de 13 metros de extensão, localizado na rua Inconfidência, no Jardim São Dimas, na região central de São José dos Campos.
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A iniciativa integra a “12ª Mostra de Teatro da Rua Eliza Multilinguagens”, promovida pelo Teatro Marcelo Denny, que começou na terça-feira (15) e vai até o dia 3 de novembro, com ampla programação.
Segundo o coordenador da mostra, André Ravasco, quando se pensou na proposta de incluir na programação uma pintura em muro, a intenção foi presentear a cidade com uma obra que pudesse impactar toda a comunidade. Inclusive aquelas pessoas que não têm o hábito de visitar museus e galerias.
“O Teatro Marcelo Denny trabalha, desde sempre, pela democratização da arte, para torná-la acessível a todos. Mas, sabemos que mesmo promovendo eventos e exposições gratuitas, são muitas as pessoas que ainda não têm o hábito de visitar espaços culturais. Por isso, pensamos na ideia de levar a arte para o espaço público como parte da mostra. Um presente para a cidade e para a população”, disse Ravasco.
A pintura ocupa um muro de 13 m x 6 m de extensão e deve levar cerca de três dias para ser finalizada. Sua elaboração começa nesta sexta-feira (18) e poderá ser acompanhada pelo público, em todas as suas etapas. A pintura termina neste domingo (20).
Quem assina a obra é o artista Felipe Rezende, de Taubaté, que já tem longa trajetória e experiência em fazer arte nos espaços urbanos, com várias obras espalhadas pelas ruas das cidades do Vale do Paraíba e algumas em São Paulo.
Para a execução, ele contará com a ajuda de um assistente, o também artista Reginaldo BK. Segundo Felipe, receber esse convite para trazer mais uma obra sua para São José dos Campos foi especial.
"Gosto dessa interação com a cidade, de transformar paisagens, deixar a cidade mais sensível e menos cinza. Mas esse trabalho é um desafio diferente porque vai ter essa intersecção com a linguagem do teatro. Elaborei um projeto que vai misturar minha linha de trabalho, que retrata emoções boas, como serenidade, calma, alegria, com referências do drama e cores abstratas, representando o teatro. Além de trazer também o componente da luz, como algo que ilumina a escuridão”, disse o artista.
Ele conta que, com base na sua formação em arquitetura, já tem os olhos treinados para ver a cidade como uma grande galeria de arte a céu aberto.
“Acredito na arte pública como instrumento para construção de um senso coletivo de comunidade e transmitir valores positivos. É algo que passa a fazer parte da paisagem da cidade, para onde o público vai olhar e saber que é de todo mundo”, afirmou.
Felipe Rezende é formado em arquitetura e urbanismo e professor na Faculdade de Arquitetura Anhanguera de Taubaté. Tem bagagem profissional diversificada, com passagens pelo mercado editorial, cenografia e arte educação.
Especializado em artes integradas e mestrado em Economia Criativa, ele pesquisa relações entre a arte e a cidade no sentido do desenvolvimento humano e urbano. Experimenta processos de desenho e pintura além de técnicas de impressão como estêncil e serigrafia sobre suportes diversos, sobretudo em paredes e muros da cidade.
Conta com dezenas de trabalhos entre quadros, painéis e murais em cidades do Vale do Paraíba e São Paulo.