Uma mulher de 55 anos está sendo acusada de dopar o ex-marido com medicamentos controlados, por pelo menos dois anos, para roubar sua fortuna, estimada em R$ 50 milhões. O caso aconteceu em São José dos Campos.
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Elimara de Carvalho, de 55 anos, é conhecida na cidade como uma empresária de sucesso, frequentadora de academias e ativa nas redes sociais, onde compartilha sua vida.
Ela é acusada pelo Ministério Público de ter se apropriado dos bens de Benedito Amaral e de ter premeditado sua morte, ocorrida em setembro do ano passado. Ambos eram primos de primeiro grau e mantiveram um relacionamento por 27 anos.
Novas evidências do caso surgiram recentemente: áudios gravados pela própria Elimara, nos quais ela descreve para uma amiga como se apoderou dos bens de Benedito,, e que serviram de base para o Ministério Público formalizar uma denúncia ao TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) em julho de 2024.
A empresária nega as acusações e alegar ter sido vítima de violência por parte de Benedito, quando era mais nova. A defesa diz que ela será defendida nos autos do processo.
Benedito nasceu em Cruzeiro, no Vale do Paraíba, e mudou-se para São José dos Campos na vida adulta. Nos anos 1980, ele passou um período no Iraque, onde trabalhou ensinando militares a operar tanques de guerra adquiridos do Brasil.
Durante essa época, Benedito acumulou uma boa quantia em dinheiro, recebendo salários entre R$ 15 e R$ 20 mil mensais, além de um adicional de 350% por risco de vida.
De volta ao Brasil, ele abriu uma loja de compra e venda de carros e investiu em imóveis, como terrenos, prédios e fazendas, acumulando uma grande fortuna.
Na época, Benedito era casado com a mãe de seu filho, Fabrício Camargo, mas iniciou um caso com sua prima, Elimara. Após o divórcio em 1991, ele oficializou a união com Elimara, em um casamento com comunhão universal de bens.
O casal se separou oficialmente em 2017, mas continuou a manter contato. Benedito já desconfiava que Elimara tinha interesse em sua fortuna, mas a divisão de bens não foi realizada no momento da separação, o que Fabrício acredita ter sido parte de uma estratégia dela. Casais que optam pela comunhão universal de bens têm até 10 anos para realizar a partilha após o divórcio.
A partir dessa reaproximação, Elimara começou a transferir os bens de Benedito para seu nome. Dois anos atrás, Fabrício ficou preocupado ao não conseguir contato com o pai por alguns dias e decidiu ir até sua casa.
Ao chegar, encontrou Benedito deitado, usando fralda e delirando, resultado de uma intoxicação por medicamentos psicotrópicos, como o Zolpidem, que Elimara teria administrado por longo período.
O Zolpidem é um medicamento hipnótico utilizado para tratar distúrbios do sono. Em doses elevadas, pode causar desorientação, amnésia temporária e delírios, além de convulsões. Quando associado a outras substâncias depressoras do sistema nervoso, pode ser fatal.
Na residência, Fabrício encontrou duas cuidadoras, supostamente contratadas por Elimara, que teriam sido responsáveis por administrar os remédios. Ele levou o pai ao hospital, onde Benedito permaneceu internado por um mês na UTI. Após a alta, Benedito foi morar com o filho.
A essa altura, Elimara já havia transferido todos os bens do empresário para si, deixando Benedito com apenas o valor de sua aposentadoria, equivalente a um salário mínimo por mês.
Em 2023, debilitado pelos remédios e com o sistema imunológico comprometido, Benedito contraiu meningite bacteriana e faleceu em 5 de setembro. Fabrício fez várias denúncias à polícia contra Elimara, mas as investigações não avançaram por falta de provas.
As novas evidências mudaram o caso e Elimara acabou denunciada pelo Ministério Público. O caso segue tramitando na justiça.
* Com informações da Record