Fulvio Stefanini, é um ator brasileiro, nascido na cidade de São Paulo, conhecido por seus papéis em telenovelas, concedeu uma entrevista exclusiva à OVALE, nesta quinta-feira (12) e contou sobre sua trajetória como ator e também sobre a peça "O Pai", que será apresentada neste final de semana, dias 14 e 15 de setembro, no Teatro Municipal Paulo Teixeira Pinto em Ubatuba, no litoral norte.
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Ator consagrado, Fulvio com 84 anos de idade com mais de 60 anos de carreira, já atuou em diversas telenovelas, como Gabriela, Estrela de Fogo, Suave Veneno, Chocolate com Pimenta, Alma Gêmea (como o personagem Osvaldo), que está sendo reprisada nas tardes da Rede Globo na programação do Vale a pena ver de novo, entre outras.
A peça "O Pai" foi escrita pelo francês Florian Zeller, montada em mais de 30 países e adaptado para o cinema em filme estrelado por Anthony Hopkins, a peça já foi assistida no Brasil por mais de 100 mil pessoas e levou os prêmios de Melhor Cenário e Melhor Espetáculo e rendeu a Fulvio Stefanini os prêmios Shell e Bibi Ferreira de Melhor Ator.
Na trama, André (Stefanini) é um idoso de 80 anos, rabugento, porém simpático e divertido. Quando a memória dele começa a falhar, sua única filha vive um dilema: deve levá-lo para morar com ela e contratar uma enfermeira para ajudá-la ou deve interná-lo em um asilo – para poder curtir a vida ao lado de seu novo namorado?
Durante a entrevista, Fulvio falou sobre a trajetória de sua carreira como ator e também sobre a peça a qual ele diz existir uma realidade que seduz a plateia. Esse espetáculo tem uma propriedade, de fazer com que as pessoas entrem nessa história, porque vai direto na alma de cada um. O personagem vai seduzindo os espectadores, com seu comportamento, inteligência, sensibilidade, até com seu jeito ranzinza, vai cativando o público.
OVALE: Como está sendo interpretar o idoso André na peça O Pai?
Fulvio: Para um ator da minha idade é um prêmio, uma dádiva, porque os papéis para essa idade já são mais raro, difíceis, incomuns. Quando eu fui convidado e li o texto para a peça, eu fiquei fascinado, por ser tão bem escrita, uma trama tão bem-feita, por se tratar de um problema tão delicado e frequente, presente em tantas famílias, grupos sociais que aflige muita gente é tratado de forma teatral. Uma história humana, verdadeira, que comove muito as pessoas. O que me fascinou nessa peça, ela é absolutamente realista, que trata do mal de Alzheimer de uma forma verdadeira, apenas mostra o problema.
OVALE: O que a peça promete para o espectador? É divertida?
Fulvio: A plateia ri muito, mais ao mesmo tempo se comove demais porque o personagem vai seduzindo os espectadores, com seu comportamento, inteligência, sensibilidade, até com seu jeito ranzinza, vai cativando o público, que o drama vai ficando cada vez maior, pois se instala na casa do André que é quase insolúvel, porque tem histórias paralelas que precisam ser resolvidas. Isso faz desse espetáculo, fascinante. As pessoas saem do teatro quando termina a apresentação renovadas. Algumas esperam no final para dar um abraço, outras que dizem que tem o problema em casa, que não sabem como resolver e que depois da peça terão um novo comportamento mais humano, com as pessoas que tem o problema, um pai, mãe, tio, algum parente. Esse espetáculo tem essa propriedade, de fazer com que as pessoas entrem nessa história, porque vai direto na alma de cada um.
OVALE: O que você sente quando sobe ao palco, atuando e com a presença do público?
Fulvio: Faço com o mesmo entusiasmo do início ao fim isso é muito importante também. Quando eu entro no palco e vejo a plateia ali presente, eu sinto uma energia maravilhosa, sempre foi assim, eu tenho uma paixão pelo palco, gosto de representar, gosto de fazer teatro. Para mim é sempre algo muito mágico, forte, presente. O palco tem essa capacidade de interagir com o público, pois todos estão ali, presentes. Existe uma interação, ou seja, você joga pra plateia, alguma coisa que pode emocionar de alguma forma, e ela te devolve com todas as reações possíveis, com uma gargalhada, ou algo mais comovente, é uma energia que parece um jogo com a plateia. Eu costumo dizer que sinto fisicamente quando a plateia está grudada no espetáculo, pois às vezes pode acontecer de a plateia se desligar por um momento e para voltar a conquistar essa plateia, leva de 10 a 15 minutos até que ela volte pra você, eu sinto exatamente o momento em que a plateia se desliga e exatamente quando ela volta, mas é importante não deixar que isso aconteça, fazendo com uma certa intensidade para que a plateia fique sempre amarrada ao que você está fazendo. Então esse é o grande barato da profissão, você conseguir isso. É uma emoção sempre. Fazer teatro é um privilégio.
OVALE: Nos conte o que mais lhe marcou ao longo de sua carreira.
Fulvio: A carreira da gente é marcada por alguns momentos pontuais, algo assim que sempre deixa uma coisinha na memória. Momentos que foram emocionantes, com uma boa vibração. Mas me lembro de algo, mesmo sendo um pouco antigo, fiz uma peça com Cacilda Becker, Walmor Chagas e Lílian Lemmertz em 1965, eu tinha 25 anos de idade, eu estava pisando no palco com aqueles “monstros sagrados”, imagine a minha emoção fazendo isso? Em um espetáculo premiadíssimo na época que eu até ganhei um prêmio. São momentos tão marcantes da nossa vida e logo mais tarde quando fiz na televisão a novela Gabriela eu era Tonico Bastos, foi uma febre nacional o meu personagem, não só no Brasil, mas também em Portugal, o país parou quando estive por lá. Foram momentos marcantes e agradáveis que jamais serão esquecidos. Foram tão fundamentais e estimulado de tal forma que eu continuei nessa profissão, mesmo com todos os obstáculos e barreiras que poderiam ter. Estão guardados num cofrezinho dentro da gente.
SERVIÇO.
Espetáculo: O Pai
Sábado 20h e Domingo 19h
Os ingressos podem ser adquiridos pela internet através do site:
https://festivalsegurosunimed.com.br/espetaculos/o-pai-2/
Valores: de R$ 40 a R$ 80
O Teatro Municipal Paulo Teixeira Pinto fica no Centro de Ubatuba, 22, Praça Exaltação à, R. Santa Cruz.