26 de dezembro de 2024
POLÍTICA

Flávio Paradella: O contragolpe de Dário Saadi

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 4 min

O prefeito e candidato à reeleição, Dário Saadi (Republicanos), rebateu a ofensiva dos adversários com o acirramento da disputa eleitoral em Campinas. Dário concedeu entrevista nesta terça-feira, 10, à Rádio Transamérica Campinas. Dário respondeu ao comentário do candidato Pedro Tourinho (PT), também em entrevista à Transamérica e nas redes sociais, de que o atual chefe do executivo "reconhece que só governou dois anos", em virtude da pandemia. 

Aqui eu explico o contexto que já foi abordado em colunas anteriores. O prefeito tem balizado a sua comunicação com a narrativa de que iniciou a sua trajetória do Palácio dos Jequitibás e foi atingido por uma nova onda, ainda maior, de casos de Covid-19. Por isso, o começo da administração teve um enfoque quase que exclusivo para o combate à doença e dessa forma outros projetos ficaram represados.

Como já disse anteriormente, é uma justificativa que abre uma oportunidade imensa para os adversários. E foi o que aconteceu, com o petista citando essa “paralisação” da gestão e ainda criticando as medidas para apoiar os médicos e trabalhadores da área da saúde durante a crise sanitária.

Hoje, Dário respondeu e se mostrou bem incomodado. “Eu respondo com sorriso, com todo respeito. Atender a pandemia é não trabalhar? Quer dizer, é gente que certamente não estava em Campinas ou não conhece a realidade do atendimento à pandemia. O mundo inteiro parou, o Brasil inteiro parou. Então, assim, faz parte dessa crítica, assim, meio rasa, né?”, disparou Dário.

Outro ponto em que o prefeito rebateu foi a afirmação do petista de que Campinas, leia-se Dário, perdeu verba ‘carimbada’ do Governo Federal para a construção de uma nova Maternidade em Campinas. A prefeitura tinha listado uma nova unidade, teve o pedido aprovado e o dinheiro disponibilizado, mas mudou de ideia com a incorporação da Maternidade de Campinas, que passava por uma longa crise financeira, pela PUC-Campinas.

Dessa forma, a prefeitura solicitou uma mudança no uso da verba com a exclusão desse projeto para incluir a construção de mais Centros de Saúde e um CAPs (Centro de Atenção Psicossocial). Para Tourinho, a iniciativa é nula, Campinas perdeu esse recurso e vai precisar entrar, de novo, na fila.

Já Dário Saadi diz que não é bem assim e que os projetos incluídos já estavam na lista inicial de pedidos feitos pela prefeitura ao Governo Federal, e não tinham sido contemplados, apesar de aprovados, pois havia uma priorização por uma nova Maternidade que não será mais necessária. Com isso, a substituição será realizada.

O prefeito aproveitou para criticar o adversário e candidato do PT: “Essa crítica eleitoreira que o candidato PT faz é uma injustiça, não com o Dário Saadi, mas uma injustiça e uma agressão à PUC de Campinas. O candidato para fazer uma crítica eleitoreira de baixíssimo nível esquece do que aconteceu aqui em Campinas, finge não saber que a maternidade passava por uma crise, ameaçando de fechar”.

De acordo com Saadi, a mudança no projeto para o repasse de verba para os novos CSs e CAPs foi garantida pelo Ministro da Casa Civil do Governo Lula, Rui Costa.

A pesquisa impugnada

Ainda ecoa pelos bastidores políticos eleitorais a impugnação da pesquisa contratada pelo jornal Correio Popular. O levantamento seria publicado na edição de domingo, mas uma ação da coligação do candidato Rafa Zimbaldi (Cidadania) derrubou a divulgação.

A liminar atendeu aos pedidos do candidato que apontou que o levantamento apresenta inconsistências nos dados relacionados à renda, escolaridade e faixa etária dos entrevistados. A campanha do candidato do Cidadania acusa o instituto Olhar Público, contratado pelo jornal, de ter feito uma aglutinação de informações, resultando em uma distorção significativa nos percentuais.

Fala o que quer

A vereador Juscelino da Barbarense passou por momentos de ‘bombardeio’ na sessão desta segunda-feira, na Câmara de Campinas. O parlamentar foi ironizar a esquerda com a situação do ex-ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, demitido por acusações de assédio sexual.

O vereador quis fazer uma analogia com outro ex-ministro da era Bolsonaro, Ricardo Salles, que disse a infame frase “passar a boiada”. O vereador disse que nesse atual governo “se passava a mão na boaiada”. Pronto. Estopim para o parlamentar ouvir uma enxurrada de críticas das vereadoras Paolla Miguel (PT) e Mariana Conti (PSOL).

Juscelino da Barbarense ouviu e se desculpou por ter se expressado com a analogia malfeita.