22 de dezembro de 2025
REFORÇO POLICIAL

Estado planeja operações e novo Baep no Vale para conter facções

Por Xandu Alves | Aparecida
| Tempo de leitura: 4 min
Repórter Especial
Divulgação / Governo de SP
Baep é uma unidade especializada da PM

A Polícia Militar estuda criar uma nova unidade do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) no Vale do Paraíba, além de operações especiais, para conter o avanço das facções criminosas.

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O Baep é uma unidade especializada da PM que atua em ocorrências de gravidade, como as de enfrentamento ao crime organizado, ao tráfico de drogas e em ações contra grupos fortemente armados. O batalhão atua de forma semelhante ao policiamento de choque.

O planejamento é uma resposta à demanda apontada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que afirmou a OVALE que a região é área de conflito entre facções criminosas do Rio de Janeiro e o PCC (Primeiro Comando da Capital), grupo hegemônico no estado. A RMVale é o palco principal dessa guerra por território.

Segundo o comandante geral da Polícia Militar, coronel Cássio Araújo de Freitas, a corporação estuda instalar uma unidade do Baep no Vale Histórico para reforçar o combate ao crime. Atualmente, cidades da sub-região estão entre as de maior taxa de vítimas de homicídio por 100 mil habitantes do estado, como Cruzeiro, Lorena e Guaratinguetá.

“Recebemos um terreno em Guaratinguetá e temos, sim, o objetivo de aumentar o efetivo do Baep. Há esse estudo, porque o Baep tem condições de apoiar qualquer tipo de operação em todo o território”, disse o militar em resposta a OVALE.

O comandante da PM esteve na manhã desta terça-feira (3) no Santuário Nacional de Aparecida para lançamento da Operação Romeira, que contará com reforço de 3.000 policiais militares na região em razão da Festa da Padroeira do Brasil. A ação segue até 3 de dezembro.

Guaratinguetá.

Comandante do CPI-1 (Comando de Policiamento do Interior), o coronel Luiz Fernando Alves confirmou o planejamento para a instalação de uma unidade do Baep em Guaratinguetá. Atualmente, a sede do CPI-1 em São José dos Campos conta com o 3º Baep.

“Recebemos a doação de uma área próxima à Unesp e ao Fórum da cidade, uma área extremamente importante do ponto de vista estratégico para a Polícia Militar e a população. Ela necessita de alguns ajustes legais, que devem ser feitos pelo poder público municipal”, disse Alves.

“Há necessidade, sim, de aumento do nosso efetivo. Isso já foi declarado pelo nosso governador, pelo secretário de Segurança Pública, pelo nosso comandante geral. Então, esse estudo está em andamento. A gente precisa daquela área para ampliar os nossos atendimentos e serviços da Polícia Militar”, completou o comandante do CPI-1.

Operações.

O comandante geral da PM disse ainda a OVALE que a corporação investe no setor de inteligência para enfrentar o crime organizado. Entre as medidas derivadas desses estudos está a criação de operações especiais, como a batizada de ‘Adaga’, que visa reforçar o trabalho policial.

“A Polícia Militar, a nossa inteligência, trabalha com alvos relevantes, ou seja, indivíduos que estão aprontando na região ou têm capacidade para vir aqui aprontar algum tipo de crime, de criminalidade. Esses indivíduos são alvo da nossa inteligência e é por isso que estão sendo presos”, disse o coronel Cássio.

“Nós efetuamos uma operação chamada Adaga que é justamente isso, de tirar o criminoso do anonimato e mostrar que é o criminoso ‘x, y, z’ que está vindo do Rio de Janeiro para tentar fazer algum núcleo criminoso aqui na região. Esse indivíduo é preso e eu acho que é por conta disso até que nós estamos com esses bons resultados”, acrescentou o militar.

Cássio destacou que a região registrou uma diminuição do número de homicídios de 50%, que é a “maior diminuição dos últimos anos”.

“Desde que acompanho a evolução da criminalidade aqui no Vale é a maior diminuição nos últimos anos. Isso por conta do trabalho de inteligência, por conta de termos alvos”, afirmou.

Prisões.

No ano passado, a Operação Adaga prendeu em torno de quase 8.500 pessoas no estado, número que deve chegar a 10 mil neste ano, de pessoas presas “pelos mais diversos delitos e também indivíduos faccionados, mas todos eles alvos da polícia”.

O comandante geral da PM disse ainda que a Polícia Militar está com cerca de 18% de defasagem no estado e que esse índice deve cair com a chegada de novos policiais, incluindo para o Vale.

“Vamos investir recursos humanos aqui e materiais. Com os novos concursos, com uma nova formatura, eu espero que no prazo muito breve a gente consiga fazer essa recomposição. Entre iniciar o curso e entregar o policial pronto gira em torno de 18 meses”, concluiu o coronel.