26 de dezembro de 2024
POLÍTICA

Flávio Paradella: A distância de Dário Saadi

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 4 min
Divulgação
Campanha de Dário comemora, mas adota cautela para analisar números da pesquisa

A campanha eleitoral na TV e no rádio vai começar com uma diferença de 14 pontos entre o atual prefeito Dário Saadi (Republicanos) e o segundo colocado na pesquisa Quaest/EPTV, divulgada na terça-feira. Rafa Zimbaldi (Cidadania) aparece em segundo lugar. O levantamento, que ouviu 900 eleitores entre os dias 24 e 26 de agosto, trouxe o candidato à reeleição em Campinas com 36% das intenções de voto. Zimbaldi tem 22% e está numericamente em segundo, mas devido à margem de erro de três pontos percentuais, está tecnicamente empatado com Pedro Tourinho (PT), que tem 16%.

O cenário atual mostra um prefeito bem à frente dos adversários, que lutam para alcançar um segundo turno. Por sinal, se houver segundo turno, será a primeira vez que um prefeito que disputa a reeleição não liquida a fatura já na primeira votação. Em 2000 (Chico Amaral) e 2004 (Izalene Tiene), os chefes do Executivo da época abriram mão de disputar a reeleição, e em 2008 e 2016, Hélio de Oliveira Santos e Jonas Donizette, respectivamente, venceram no primeiro turno com mais de 60% dos votos válidos.

Voltando ao presente, as campanhas adotam cautela. Pelo lado de Dário, a vantagem foi comemorada, mas os números de intenção de voto no prefeito não têm se alterado muito desde o ano passado em várias pesquisas divulgadas. A aposta é nos quase 60% do tempo de televisão e na quantidade de inserções ao longo das programações. Outro ponto visto como extremamente favorável foi a aprovação do governo, com 41%.

Já no QG de Rafa Zimbaldi, a expectativa era de uma proximidade numérica maior em relação a Dário, mas o que acende o alerta é a presença de outro oponente, que aparece muito próximo no retrovisor. Em outros levantamentos, Tourinho aparecia com 11% a 12%, mas nesta pesquisa da Quaest, o petista está com 16%, e o certo é dizer que está tecnicamente empatado na disputa pela segunda posição. A campanha de Rafa já esperava esse acirramento, mas o fato de ter ocorrido tão cedo causou desconforto. Sinal disso é que o candidato não comentou a pesquisa em suas redes.

Por sua vez, Tourinho analisou os números e deu destaque ao fato de estar em segundo lugar na pesquisa espontânea, quando nenhum nome é apresentado ao entrevistado, e comemorou estar "empatado tecnicamente na estimulada" sem mencionar que o empate é pelo segundo lugar. O candidato, mais uma vez, incentivou a militância a "ir para as ruas e para as redes" em busca de votos. Pedro Tourinho aposta na imagem do presidente Lula, mesmo que a pesquisa que ele enaltece mostre uma avaliação negativa do governo Lula pela maioria dos entrevistados.

A corrida eleitoral ainda está em seus momentos iniciais, mas ela é curta. Estamos a apenas 38 dias do primeiro turno e, nesse formato, há pouca ou nenhuma margem para erros.

Bem abaixo

A pontuação de Wilson Matos, do Novo, na pesquisa Quaest/EPTV foi bem decepcionante para o partido, que concorre pela primeira vez ao Palácio dos Jequitibás. Após anunciar dois pré-candidatos anteriores, a legenda apostou no nome do empresário, que já disputou a prefeitura em 2020, esperando algum tipo de “recall” neste início de campanha.

No entanto, a pesquisa colocou Wilson Matos em último lugar, com 1% das intenções de voto, atrás, inclusive, de Angelina Dias (PCO), que alcançou 2% mesmo sem realizar campanha nas ruas.

Apesar do resultado, o candidato usou as redes sociais para afirmar que está “no caminho certo”.

Encomendada pela EPTV, a pesquisa da Quaest foi realizada presencialmente com 900 pessoas de 16 anos ou mais em Campinas, nos dias 24 e 26 de agosto, e foi registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo SP-03299/2024.

Papelão

Por falta de quórum, toda a pauta da sessão ordinária da Câmara de Campinas desta quarta-feira foi adiada. A reunião foi aberta com apenas 11 vereadores presentes, e o período de discurso teve início, seguindo até as 19h30.

A partir desse horário, o regimento exige a verificação dos presentes, com a necessidade de pelo menos 17 parlamentares no plenário para dar início à votação da Ordem do Dia, que inclui a discussão e apreciação dos projetos. No entanto, apenas 16 estavam no legislativo, resultando no encerramento da sessão.

É curioso ver o pessoal em busca de votos para garantir a reeleição e depois não aparecer na Câmara. É cada uma!