Em entrevista a OVALE, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), prometeu instalar novos batalhões da Polícia Militar e reforçar o efetivo policial no Vale do Paraíba para combater o crime na região mais violenta de São Paulo.
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Nada menos do que oito das 10 cidades paulistas com a maior taxa de vítimas de homicídios por cada grupo de 100 mil habitantes estão no Vale, caso de Cruzeiro (38,69), Lorena (24,75), Guaratinguetá (24,57), Caraguatatuba (24,47), São Sebastião (22,08), Ubatuba (19,36), Caçapava (17,67) e Pindamonhangaba (15,72).
O indicador da região é o maior de São Paulo desde 2010, tendo fechado em 13 vítimas por 100 mil nos últimos 12 meses, mais do que o dobro da média estadual, de 5,6, segundo dados da SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo.
“Primeiro é preciso entender porque a Região Metropolitana do Vale do Paraíba acaba tendo mais homicídios do que o resto do estado de São Paulo”, disse Tarcísio, em entrevista concedida a OVALE, por meio da Agência SP, a agência de comunicação do governo estadual.
Ele destacou que São Paulo é o “estado mais seguro do Brasil”, com a menor taxa de homicídio do país – 5,6 a cada 100 mil habitantes –, mas que "não se pode comemorar".
Tarcísio atribuiu ao território do Vale e ao conflito entre facções criminosas a chaga da violência na região. Segundo ele, facções do Rio de Janeiro tentam entrar em São Paulo e disputar território com o PCC (Primeiro Comando da Capital), grupo hegemônico no estado. O Vale é o palco principal dessa guerra.
Tarcísio disse que o governo está estudando a colocação de novas unidades da Polícia Militar no Vale. “Temos que ter mais batalhões da Polícia Militar no Vale do Paraíba. E, além disso, usar a tecnologia no Vale, que vai ser um local prioritário para o uso da Muralha Paulista”.
Trata-se do programa estadual que vai usar a integração de dados, informações e sensores para aumentar a vigilância eletrônica, com impactos na segurança.
“A nossa ideia é ter mais sensores e usar esses sensores para predizer comportamento criminoso. È para que a gente possa, de fato, dispor do melhor efetivo policial e combater a mobilidade criminal.”
Explicou o governador: “É pegar uma quantidade enorme de sensores, pegar essas informações e jogar no ambiente de novo, ou seja, tudo aquilo que é produzido nas câmaras das concessionárias, de rodovia, que é produzido pelas prefeituras, pela iniciativa privada. Tratar essa informação e usar a inteligência artificial para dispor o nosso efetivo com mais velocidade, e combatendo dessa forma o crime”.
“No que diz respeito ao combate desse tráfico de drogas na região do Vale do Paraíba, esse indicador de homicídio vai ceder. Então, o reforço do efetivo policial e o uso de inteligência serão os nossos aliados para melhorar a situação no Vale”, afirmou Tarcísio.
Segundo ele, o efetivo policial será reforçado pela contratação de 18 mil novos policiais. “É uma contratação muito relevante. Temos vários já em formação, com 4.017 policiais civis, temos 3.500 que estão na fase final de concurso público, ou seja, a gente vai fazer uma renovação de 30% do efetivo da Polícia Civil”.
“Final do ano, em dezembro, a gente forma mais 3.000 policiais militares. Então, são policiais que vão integrar as diversas unidades do nosso estado, com prioridade para a Baixada Santista, o centro de São Paulo e o Vale do Paraíba”, completou o governador, em entrevista a OVALE.