26 de dezembro de 2024
POLÍTICA

Flávio Paradella: Uma convenção não tão convencional

Por Flávio Paradella | Especial para o Todo Dia Campinas
| Tempo de leitura: 4 min
Divulgação/Celso Congilio
Raquel Rímoli foi escolhida pela coligação de Rafa para vaga de vice

A convenção para confirmar a pré-candidatura de Rafa Zimbaldi (Cidadania) estava cercada de expectativa. Afinal, entre os postulantes ao Palácio dos Jequitibás, o deputado estadual era o único que ainda faltava definir o nome para compor a chapa na posição de vice.

E o evento ganhou ainda mais dramaticidade com a possibilidade da junção à aliança do União Brasil, que tinha tudo acertado com o adversário Dário Saadi (Republicanos), mas, em um movimento das esferas superiores do partido, decidiu, de última hora, mudar de barco.

A situação da posição de vice e a chegada do União Brasil são correlatas e mexeram intensamente no tabuleiro eleitoral, com o prazo para as convenções se fechando. O União Brasil, grosso modo, desembarcou da coligação de Dário e passou a ingressar as fileiras de Rafa. Além disso, o União chegou poderoso e pegou para a sigla a confirmação da pré-candidatura a vice, com a indicação aprovada da bombeira e pedagoga Raquel Rímoli.

Toda essa mobilização mexeu muito com os alicerces políticos da própria pré-candidatura de Rafa Zimbaldi, que saiu eufórico da convenção do último sábado para entrar em um período que, por mais que diga que não incomode, traz algumas incertezas.

Comecemos pela indicação de Raquel Rímoli, pré-candidata do União Brasil para vice do deputado. É fato que o nome é completamente desconhecido do eleitor e do meio político campineiro. É alguém que, neste primeiro momento, não agrega votos à chapa. Pelo tempo que levou e guardou a “surpresa”, a indicação não trouxe impacto.

Outro ponto é que, aos 45 minutos do segundo tempo, o União Brasil chegou à coligação com status poderoso, tendo o privilégio de indicar e confirmar o nome para vice da chapa. Essa posição estava acordada com o PDT, lá atrás, quando o partido alinhavou o apoio ao então pré-candidato e ficou com a prerrogativa de apontar a indicação. Casemiro Reis, presidente do PDT municipal, foi o nome colocado e se viu dispensado. Isso estremeceu a relação com o ministro Carlos Lupi, líder supremo da legenda, que convocou Casemiro e ameaçou abandonar a aliança. O PDT fala, inclusive, em migrar para os lados de Pedro Tourinho, do PT, ou lançar candidatura própria. Um incêndio para Rafa, agora com a ajuda da bombeira Raquel, apagar.

Para finalizar, há também a dualidade do União Brasil. Rafa conseguiu o apoio do partido. Ok, mas levou a embalagem sem o recheio. O pré-candidato não terá os membros da legenda ao seu lado, como os próprios deixaram claro em ato no último domingo, para reafirmar que seguem com Dário Saadi. Então, é isso: Rafa conseguiu, até aqui, o União Brasil para tentar garantir tempo de propaganda e recursos. Porém, também aqui, há um elemento para gerar dor de cabeça. Por birra ou não, a executiva municipal fez questão de refazer a ata da convenção para fechar apoio a Dário, em clara demonstração de descontentamento com a decisão estadual. Corre um grande risco de a situação com o União Brasil ser judicializada.

Promessa de um início de corrida eleitoral com uma certa turbulência para Rafa Zimbaldi.

Mais um candidato

No último domingo, o PCO (Partido da Causa Operária) ressurgiu, realizou sua convenção partidária e lançou pré-candidatura às eleições municipais em Campinas, tendo Angelina Dias na cabeça de chapa para prefeita e Leo Silva como vice.

Os nomes foram aprovados por unanimidade pelos quatro presentes, entre eles Angelina e Leo, na reunião por videoconferência.

Com a decisão do PCO, Campinas terá cinco candidaturas a prefeito: Dário Saadi (Republicanos), Rafa Zimbaldi (Cidadania), Pedro Tourinho (PT), Wilson Matos (Novo) e, agora, Angelina Dias (PCO). Fica em espera a situação de Casemiro Reis, que, após o tremor na relação com Rafa, analisa uma possível candidatura própria.

Registro

Com o fim do período de convenções, agora foi iniciado o prazo para os registros das candidaturas. Os partidos têm até o dia 15 de agosto para entregar toda a documentação e confirmar as candidaturas de prefeitos, vices e vereadores.

A partir do dia seguinte, 16 de agosto, será permitida oficialmente a propaganda eleitoral, inclusive na internet.

Recesso

Pessoal, estão pensando que só vereador tem recesso? A coluna dá uma pausa estratégica, mas o período é curto. Será uma semana para recarregar as energias e voltar para acompanhar a cobertura eleitoral de Campinas e região. No dia 15 estamos de volta.