O jovem de 22 anos que morreu afogado durante treinamento na EEAR (Escola de Especialistas de Aeronáutica), em Guaratinguetá, seria o primeiro militar da família. Ele sonhava em formar-se sargento da FAB (Força Aérea Brasileira).
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João Pedro de Oliveira Pires veio de Anápolis (GO) para viver o sonho de tornar-se oficial da FAB. Ele passou no concurso e se mudou para Guaratinguetá no começo deste ano, tornando-se aluno da EEAR.
Chamado pelos colegas de “Aluno Pires”, ele cursava o segundo de quatro semestres de instrução na escola militar da cidade.
“Ele era o orgulho da família e queria ser sargento da FAB, independente do lugar onde fosse mandado, mas queria se tornar sargento. Ele seria o primeiro militar da nossa família”, disse Daniel Pires, pai de João Pedro, ao G1.
Segundo o pai, o jovem “se preparou ao máximo” para tornar-se sargento da FAB, dando “orgulho” à família pela “dedicação dele nos estudos”.
Amigos de João Pedro lançaram uma vaquinha on-line para ajudar a família a pagar os custos de translado do corpo para Anápolis e o sepultamento do jovem, previsto para o final da tarde desta segunda-feira (5). Quem quiser ajudar pode clicar aqui.
O aluno da EEAR morreu após se afogar na piscina em um treinamento na unidade militar de Guaratinguetá.
De acordo com o boletim de ocorrência, ele entrou na piscina junto com outros membros da equipe de natação, por volta de 12h da última sexta-feira (2). Após alguns momentos, outros militares viram o jovem inconsciente e submerso no fundo da piscina.
João Pedro foi retirado da água e recebeu os primeiros socorros na beira da piscina, até ser levado para o hospital da EEAR. O boletim de ocorrência informa que passaram-se 50 minutos entre a retirada do militar da piscina e a entrada no hospital.
O aluno chegou a ser reanimado, mas, por conta do estado de saúde, foi levado para a Santa Casa de Guaratinguetá. Ele permaneceu internado e morreu no sábado.
“A FAB presta todos os apoios à família e que iniciou todo o procedimento administrativo para esclarecer o ocorrido. Neste momento de extremo pesar, unimo-nos aos integrantes da EEAR e transmitimos aos familiares e amigos do militar nossas sinceras condolências”, informou a Força Aérea Brasileira, por meio de nota.
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo, o caso foi registrado como morte suspeita na delegacia de Guaratinguetá e está sob investigação. Foram requisitados exames do IML (Instituto Médico Legal).
Nas redes sociais, amigos, familiares e até a escola onde João Pedro estudou prestaram homenagens a ele. Um colega de quartel publicou fotos com o jovem, relembrando momentos e se despedindo.
“Hoje um pai e uma mãe perdem um filho. Uma irmã e um irmão perdem um irmão. Uma namorada perde um amor. Um amigo perde um melhor amigo. O Pires, ou João Pedro, foi de longe o amigo mais querido de todos os tempos que pude ter. Como ele era soldado, desde a quarentena ele vinha me salvando”, disse o amigo.
“Eu queria tanto que ele tivesse ido conhecer a minha casa com a família dele, iam adorar. Obrigado por existir, Pires, esses 8 meses contigo, que passaram extremamente rápido, foi o suficiente para me mudar. O Dragon Ball e aquele churrasco que a gente combinava vão ficar para a outra vida”, completou.
O Colégio da Polícia Militar de Goiás Dr. César Toledo, onde João Pedro estudou, também emitiu uma homenagem pelas redes sociais: “Que Deus, em sua infinita misericórdia, console a todos os familiares”.
Segundo amigos, o “Aluno Pires” era muito querido por todos e um aluno exemplar. Ele foi aluno em Anápolis, serviu como soldado de segunda classe e passou no concurso de sargentos esse ano. Pires havia entrado na escola de Guaratinguetá em janeiro de 2024.