04 de agosto de 2024
BALEADOS NUMA PRAÇA

Brasileiros são baleados nos EUA e gastos médicos beiram R$ 1 mi

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução / GoFundMe
Carlos Borges, Karina Jacoud e o filho pequeno

Engenheiros de uma indústria automobilística no Michigan, os brasileiros Carlos Borges e Karina Jacoud moram nos Estados Unidos há dois anos. O filho do casal tem seis anos.

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Eles foram vítimas de um ataque a tiros em Rochester Hills, no estado do Michigan, quando estavam com o filho em uma praça pública em 15 de junho. Agora, eles tentam se recuperar dos danos físicos, psicológicos e financeiros. A história foi revelada pelo UOL.

O casal, que trocou São Bernardo do Campo pelos EUA, estava em uma praça pública onde há brinquedos aquáticos para o filho se divertir. Menos de uma hora depois, o atirador apareceu.

Ao verem o atirador, eles foram em direção ao filho, que estava em um dos brinquedos. Mesmo baleados, os pais conseguiram formar um “escudo” em volta da criança, que não se machucou.

Ao todo, nove pessoas ficaram feridas. Um menino que brincava com o filho dos brasileiros foi baleado na cabeça e ficou em estado grave, mas sobreviveu. O atirador, um homem de 42 anos, tirou a própria vida após o ataque.

Custos de cirurgias.

Os custos das duas cirurgias pelas quais os brasileiros passaram equivalem a mais de R$ 1 milhão – considerando a cotação do dólar em R$ 5,72.

Karina precisou reconstruir parte da mão em uma operação que custou US$ 50 mil (equivalente a R$ 286 mil). Carlos teve que reconstruir o joelho em um procedimento que custou US$ 136 mil (equivalente a R$ 780 mil).

Diferente do SUS (Sistema Único de Saúde) no Brasil, a saúde nos Estados Unidos é majoritariamente privada, cobrando todos os custos de atendimento, mesmo em casos como o que envolveu os brasileiros.

A família ainda precisou pagar pelas viagens de ambulância, pela adaptação da casa (que eles tinham acabado de comprar), por medicamentos e pelo conserto do carro deles, que levou cinco tiros.

A esperança dos brasileiros é de que o seguro cubra parte das despesas. O seguro de saúde deles analisa os valores cobrados pelos hospitais. Segundo a família, o processo de análise, que é diferente do que ocorre no Brasil, pode levar anos. Enquanto isso, as contas chegam em prestações e precisam ser pagas.

O casal relutou, mas abriu uma vaquinha virtual por sugestão de colegas. Mais de um mês após o atentado, eles não tinham atingido nem 15% da meta de US$ 80 mil. O espaço segue aberto para doações (clique).

Para o engenheiro, ataques a tiros na região estão ficando “menos raros”. Ele afirmou que a família continuará nos Estados Unidos "enquanto der certo", mas não escondeu a preocupação com o ocorrido.

Por enquanto, a família não pensa em processar o Estado. Eles afirmaram ao UOL que a dedicação total no momento é a recuperação física e psicológica dos três. “O que queremos é a nossa vida como era antes, apenas isso”, disse Carlos.

 * Com informações do UOL