04 de agosto de 2024
CRIME ORGANIZADO

'Tribunal do Crime' do PCC matou PM com 18 tiros, diz IML

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução / Metrópoles
Luca Romano Angerami tinha 21 anos

Laudo do IML (Instituto Médico Legal) aponta que o soldado Luca Romano Angerami, 21 anos, da Polícia Militar de São Paulo, foi morto com 18 tiros após ter sido sequestrado, julgado e torturado pelo "Tribunal do Crime" do PCC (Primeiro Comando da Capital), em abril deste ano no Guarujá (Baixada Santista). A informação é do jornalista Josmar Jozino, em coluna no UOL.

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Ele teve acesso ao documento assinado pelo médico legista Johnny Leandro Aldunate. O documento diz que Angerami levou 11 tiros na região torácica direita e outros sete na região cervical direita. No pescoço da vítima havia um cadarço amarrado.

O laudo diz ainda que Angerami, apesar de ter sido brutalmente torturado, ainda estava vivo quando foi baleado. Um dos tiros causou lesão do ventrículo esquerdo, provocou sangramento e levou o policial militar a óbito.

Os criminosos do PCC ocultaram o cadáver e o enterram apenas de cueca. O corpo foi encontrado pela polícia no dia 20 de maio, em uma região de mata na Vila Baiana, no Guarujá, após 37 dias de buscas na Baixada Santista.

O ‘Tribunal do Crime’ do PCC apura, julga e aplica a pena a outras pessoas, incluindo a pena de morte. A medida também é chamada de ‘tabuleiro’.

Desaparecido.

Angerami havia desaparecido no dia 14 de abril, no Guarujá, após sair de uma adega na comunidade Santo Antônio. Ele tinha sido visto pela última vez entrando em uma biqueira (ponto de venda de drogas) na região. Câmeras de segurança registraram a presença dele no local.

Um relatório da Polícia Civil diz que o soldado ficou na adega até 5h55 do dia 14 e depois seguiu de carro até um ponto de venda de drogas, quando foi "rendido violentamente" nas imediações da esquina das ruas Magnólias e Violetas, no Guarujá.

Oito acusados de participação no assassinato de Angerami foram presos e denunciados à Justiça pelo MP (Ministério Público) do Estado de São Paulo, pelos crimes de sequestro, roubo, homicídio, ocultação de cadáver, associação à organização criminosa e associação ao tráfico de drogas.

O juiz Thomaz Corrêa Farqui, da 1ª Vara Criminal de Santos, aceitou a denúncia e afirmou na decisão que há provas da materialidade e indícios suficientes de autoria. Os oitos acusados de envolvimento nos crimes contra o PM tornaram-se réus.

A vítima.

Angerami era de uma família tradicional de policiais. O avô, Alberto Angerami, foi delegado-geral adjunto, presidente do Denatran (atual Senatran - Serviço Nacional de Trânsito) e hoje está aposentado.

Renzo Angerami, pai do policial militar, é investigador da Polícia Civil. Durante o desaparecimento do soldado, Renzo pediu orações e disse que estava "morrendo por dentro". Ele fez o desabafo no início de abril deste ano em um vídeo publicado nas redes sociais.

 * Com informações do UOL